Imagine acordar com as patinhas balançando no ar.
Ainda na cama, você se inclina um pouco sobre si e descobre, no lugar da barriga, um amontoado confuso de nervuras misteriosamente conectadas umas às outras.
Mexe daqui, mexe de lá, e é possível sentir sob seu próprio peso uma superfície enrijecida, que agora substitui as suas costas.
Para piorar, você olha o relógio e, pela primeira vez em anos, reconhece que se atrasou para o serviço e sequer consegue se levantar.
É assim que seria a sua vida se estivesse na pele — ou na casca — de Gregor Samsa, o célebre protagonista de “A Metamorfose”.
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