Dez anos tinham passado desde que Ulisses partira para a guerra de Tróia, da qual saíra vencedor. Porém, a sorte não tardou a findar pois, lamentavelmente, enquanto partia para a sua terra natal, o seu destino arrastara-o (após inúmeras peripécias) para uma ilha praticamente deserta. Permanecia na ilha há sete anos.Era uma ilha que transbordava uma natureza em perfeita sintonia e harmonia, de uma beleza, paz e tranquilidade infindáveis e inefáveis. Nela reinava uma das cinquenta nereidas, Calipso, e algumas ninfas. No entanto, o descontentamento de Ulisses era notoriamente sentido: passava horas a divagar, sentado numa rocha, a invejar os valorosos guerreiros que pereceram nas batalhas a que ele resistira, e para sempre ficaram marcados nas memórias do Homem e dos Deuses, dos quais ele fora esquecido e abandonado. A sua vida era um monótono ciclo de eventos, onde tudo lhe era concedido abundantemente tanto em quantidade como em qualidade.Um dia aparece Mercúrio (Hermes), o mensageiro dos Deuses. Este transmite um recado de Júpiter (Zeus) a Calipso que a obrigava a libertar Ulisses. Face ao Deus dos Deuses, Calipso obedeceu incontestavelmente. Esta entregou a Ulisses um machado de bronze e indicou-lhe as árvores propícias para a construção duma jangada. Ao quarto dia, a jangada tinha sido construída e abastecida de mantimentos. Ulisses parte da ilha para tentar regressar a Ítaca.
Romance