Há 2.500 anos, Antígona, de Sófocles, é uma dramaturgia comovente que conquista a atenção dos espectadores. A história da princesa que desafiou um rei para que o corpo do próprio irmão fosse sepultado é reencenada brilhantemente por Andrea Beltrão – neste que é um de seus trabalhos mais audaciosos e que lhe rendeu o Prêmio APCA. Ao reinventar a tragédia grega, Andrea Beltrão não apenas concebe, junto ao diretor Amir Haddad, um sucesso de público e crítica, mas dá novo sentido a uma das personagens mais extraordinárias da história do teatro, posicionando-a frente a frente com as maiores lições de luta deste tempo.
Antígona é um símbolo de insubmissão. Alguém que converteu o luto em ativismo político. A perda, em força de vida. Ao recriá-la, Andréa Beltrão reconhece a magnitude de sua persistência e traz Antígona para o presente.
Neste livro, a atriz, produtora e diretora de teatro conta sobre o processo de criação e destaca os principais trechos que usa para refabular a história da jovem que desafia o Estado. Quem entra em contato com a Antígona de Andrea Beltrão não permanece incólume. A presença da protagonista pode ser vivenciada – através da tradução de Millôr Fernandes do texto de Sófocles, que acompanha integralmente esta edição –, como se estivéssemos no antigo Teatro de Dionísio. Ela está entre nós.
Drama