Rose Marie Muraro


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Nascimento: 11/11/1930 | Local: Brasil - Rio de Janeiro

Rose Marie Muraro (Rio de Janeiro, 11 de novembro de 1930) é uma intelectual e feminista brasileira. Nasceu praticamente cega, sua personalidade singular deu-lhe força e determinação suficientes para tornar-se uma das mais brilhantes intelectuais de nosso tempo.

Estudou Física, esta escritora e editora publicou diversos livros polêmicos, contestadores e inovadores do ponto de vista dos valores sociais modernos. Nos anos 70, foi uma das pioneiras do movimento feminista no Brasil. Nos anos 80, quando a Igreja adotou uma postura mais conservadora, passou a ser perseguida por seus ideais. Sua atuação intensa no mercado editorial é fruto de uma mente libertária cuja visão atenta da sociedade pode ser comparada a de muito poucos intelectuais da atualidade.

Suas idéias refletem-se na vida pessoal desta mulher notável; há pouco tempo, Rose Marie Muraro desafiou seus próprios limites quando, aos 66 anos, recuperou a visão com uma cirurgia e viu seu rosto pela primeira vez. "Sei hoje que sou uma mulher muito bonita."


Oriunda duma das mais ricas famílias do Brasil nos anos 1930/40, aos 15 anos, com a morte repentina do pai e conseqüentes lutas pela herança, rejeitou sua origem e dedicou o resto de sua vida à construção de um novo mundo: mais justo, mais livre. Nesse mesmo ano conheceu o então padre Helder Câmara e se tornou membro da sua equipe. Os movimentos sociais criados por ele nos anos 40 tomaram o Brasil inteiro na década seguinte. Nos anos 60, o golpe militar teve como alvo não só os comunistas, mas também os cristãos de esquerda.

A editora Vozes é um capítulo à parte na vida de Rose. Lá, trabalhou com Leonardo Boff durante 17 anos e das mãos de ambos nasceram os dois movimentos sociais mais importantes do Brasil, no século XX: o movimento de emancipação das mulheres e a teologia da libertação - até hoje, base da luta dos oprimidos. Nos anos 80, presenciou a virada conservadora da Igreja. E em 1986, Rose e Boff foram expulsos da Vozes, por ordem do Vaticano. Motivo: a defesa da teologia da libertação, no caso de Boff e a publicação, por Rose, de seu livro Por uma erótica cristã.

Rose Marie Muraro foi eleita, por nove vezes, A Mulher do Ano. Em 1990 e 1999, recebeu, da revista Desfile, o título de Mulher do Século. E da União Brasileira de Escritores, o de Intelectual do Ano, em 1994. O trabalho de Rose, como editora, foi um marco na história da resistência ao regime militar. Por conta dele, recebeu, recentemente, do Senado Federal, o prêmio Teotônio Vilela, em comemoração aos 20 anos da anistia no Brasil.

Foi palestrante nas universidades de Harvard e Cornell, entre tantas outras instituições de ensino americanas, num total de 40. Editou até o ano 2000 o selo Rosa dos Tempos, da Record.

É cidadã honorária de Brasília (2001) e de São Paulo (2004). Ganhou o Prêmio Bertha Lutz (2008), e principalmente, pela Lei 11.261 de 30/12/2005 passada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente da república, foi nomeada Patrona do Feminismo Brasileiro.

Rose Marie Muraro tem 5 filhos e 12 netos, frutos de um casamento de 23 anos.

Feminismo

Livros publicados por Rose Marie Muraro (19) ver mais
    Os seis meses em que fui homem
    Intelectuais Feministas no Brasil dos Anos 1960: Carmen da Silva, Heleieth Saffioti, Rose Marie Muraro
    OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS E O FUTURO DA HUMANIDADE
    História do Masculino e do Feminino
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