Eurico, o Presbítero (Grandes Obras / Livros de Bolso Europa-América #235)

O Monasticon #1 — Eurico, o Presbítero Ou A Época Visigótica — Obra paradigmática do Romantismo português e poema épico em prosa, "Eurico, o Presbítero", é obra magistral de Alexandre Herculano. Inaugurando em Portugal o romance histórico consagrado por Walter Scott e Victor Hugo — especialmente em "Ivanhoé" (1820) e n'O Corcunda de Notre-Dame" (1831). É evidente a preferência do autor pela Idade Média, época em que, segundo ele, se encontravam as raízes da nacionalidade portuguesa. Herculano narra a triste história do amor de Hermengarda e de Eurico, na Hispânia visigótica do século VIII. Eurico, que outrora combatera pelos visigodos na repressão às rebeliões francas na Cantábria e País dos Bascos, entrega-se ao celibato do sacerdócio por não poder desposar Hermengarda. Por fim, quando vê a Pátria ameaçada pela invasão muçulmana, Eurico converte-se no valoroso e enigmático Cavaleiro Negro, conquistando a admiração dos Suevos, dos Visigodos e dos demais povos da Península. A presente edição integral [ISBN: 5601072407350], comemorativa dos duzentos anos de nascimento do autor, conta com uma nota biográfica, uma panorâmica geral da obra do autor e uma análise de Eurico na produção literária de Herculano. Inclui ainda apreciações críticas de Oliveira Martins e de Moniz Barreto. |...| «Um livro português de irradiação talvez só comparável à que Os Lusíadas conheceram, guardadas as devidas proporções do género, grandeza e lugar, na essência da nação, como vade-mécum dos seus filhos.» --Vitorino Nemésio. |...| Uma dramática e brilhante alegoria [subjacente à questão] da formação das identidades históricas de Portugal e Espanha — apartados em trajetórias e caminhos individualistas e autônomos — no alvorecer das nacionalidades.

Eurico, o Presbítero é um romance histórico de Alexandre Herculano datado de 1844. Fala a respeito do fim do Reino Visigodo na Hispânia - região que atualmente compreende Portugal, Espanha, Andorra, Gibraltar, Navarra, País dos Bascos e uma parte do Sul da França (Condado do Rousillon, as Corbières, Cerdanya, Fenolhedês, Conflent - no departamento dos Pirenéus Orientais, na região de Languedoque-Rossilhão) - diante da conquista dos muçulmanos, que avançaram pela maior parte da Península Ibérica no século VIII. O livro retrata a história de Hermengarda e Eurico, dois jovens apaixonados. O herói é "rico, poderoso e gentil"; de linhagem respeitável e antiga. Mas ainda assim a família de Hermengarda não permite a união deles -- por considerarem a extração social de Eurico muito baixa para casar com Hermengarda que era da realeza. Desiludido, Eurico abandona a corte de Toletum (Toledo), assume os votos e torna-se presbítero, passando a viver retirado em Cartéia, pequena cidade próxima de Calpe (Gibraltar) -- onde revela-se afamado poeta e cultiva os sofrimentos de sua alma apaixonada. Até o momento da invasão moura, quando volta a pegar em armas, como o Cavaleiro Negro, para defender a sua terra, lutando ao lado dos povos da Península, agora seus aliados, contra os invasores do Islã.

|...| Os Mouros acabam por ocupar, em poucos meses, praticamente toda a "Ibéria": já bem ao norte da Península -- ao pé de Burgos --, os invasores assaltam um convento de freiras e donzelas, onde raptam Hermengarda (irmã de Pelayo / Pelágio, o lider da resistência goda e cristã). Para a felicidade de Hermengarda - que havia caído nas mãos de Abdulazis, um dos líderes da conquista muçulmana - ela é resgatada, no último minuto, pelos guerreiros do seu irmão, chefiados pelo Cavaleiro Negro que a conduz em segurança ao refúgio de Pelágio nas grutas de Covadonga. Eurico reencontra Hermengarda e ela reconhece seu salvador -- a chama do antigo amor é acesa novamente, porém é tarde demais para este amor impossível...
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