Sándor Ferenczi e Donald Winnicott são dois autores que, nas últimas décadas, têm ocupado lugar de destaque no cenário da psicanálise. Suas ideias, no sentido de uma adaptação da técnica para abarcar pacientes grave, apresentam-se em sintonia com as necessidades da clinica atual.
Este livro aborda, com profundo conhecimento e através de uma escrita sensível, as refleões e contriuições de Ferenczi e Winnicott diante da percepção de que uma ampliação da clínica os conduziria, inevitavelmente, a processos de reconsiderações teóricas. Luiza Moura discorre sobre os estranhamentos e resistências que suas propostas encontraram entre seus contemporâneos. Ambos correram riscos e vivenciaram enfrentamentos, justamente por acreditarem que a psicanálise era grande o bastante para suportar transformações. Não foram dissidentes, permaneceram como parte indissociável da história.
Em 1933, na Hungria, morreu Ferenczi; em 1934, na Inglaterra, Winnicott se qualificou como analista. Independentes e originais, distantes no tempo e no espaço, mas, como os leitores observarão, homens e psicanalistas que falavam a mesma língua.