A síntese de trabalhos inovadores apresentados na Fundação para a Investigação Médica. Filósofos, psicólogos, antropólogos, juristas, neurobiólogos, reunidos por Jean-Pierre Changeux, discutiram e desenvolveram questões fundamentais: - Em que assentam as normas éticas? - Como explicar a universalidade da exigência moral nos homens, apesar da diferença que separam os costumes? - As ciências biológicas em vez de estabelecerem uma moral natural, podem indicar vias de investigação? O campo de reflexão de uma "moral comum" alarga-se enormemente, mas o tema é delicado e suscita muitas precauções. Hoje, mais do que nunca, impõe-se reafirmar a distinção entre "o que é" o conhecimento científico e "o que deve ser" a elaboração de normas morais. Contudo, é também indispensável ter acesso ao "que é" para decidir o "que deve ser". Assim, esta obra debruça--se, numa primeira parte, sobre o evolucionismo e mais, particularmente, sobre a questão de saber se existe uma ética objectiva sem outro fim que ela mesmo ou se, pelo contrário, a ética encontra a sua explicação na história da sua vida e na das ciências humanas. Seguidamente, esta obra dedica-se às neurociências e à psicologia. Depois é a vez da ética/sociedade, com as disputas sempre vivas suscitadas pela oposição entre direito e normas naturais e pela distinção, ainda mais polémica, entre uma moral estruturada em torno da felicidade, da justiça e dos direitos, e o peso das regras e convenções de tradições particulares, cujo poder simbólico não pode ser subestimado. Num tempo em que é hábito afirmar que as exigências morais são cada vez mais ténues, este livro vem perspectivar uma luz diferente sobre um tema tão complexo, mas fascinante.
Filosofia