Contrariando os que costumam defender a existência de uma instabilidade ideológica do eleitorado brasileiro, André Singer defende a polêmica tese de que a maioria dos eleitores, mesmo os de baixa escolaridade, dividem-se em esquerda, centro e direita, e tendem a votar de acordo com a sua preferência ideológica. Na análise do autor, baseada na interpretação de dados estatísticos, os resultados das eleições presidenciais de 1989 e 1994 devem-se a um viés conservador do eleitorado, em especial nos setores populares. Assim, a ideologia está muito mais presente nas votações do que habitualmente se imagina, ainda que o eleitorado muitas vezes não consiga expressar de forma articulada qual o conteúdo das diferentes propostas políticas.
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