Na isolada propriedade dos Danner, em Tannöd, uma família inteira foi exterminada na mesma noite; até mesmo as crianças, cruelmente assassinadas a golpes de picareta. Nem a criada nova, que estava lá havia apenas uma noite, foi poupada.
O lugar ficou conhecido como a “Fazenda dos Assassinatos”. E, se antes poucos a visitavam, devido à fama sórdida que envolvia a filha do casal e ao péssimo humor do Sr. Danner, agora todos temem até mesmo olhar aquelas sombrias construções. Não há qualquer vestígio do assassino, e por isso o medo se espalha pelo lugarejo. Cabe ao leitor seguir o rastro.
Tannöd é um magnífico suspense. Breve, porém intenso. Um romance que revela aos poucos, por meio de depoimentos de vizinhos, autoridades e trabalhadores locais, peças do quebra-cabeça que aos poucos forma a imagem daquela terrível noite. A colega de escola da menina Marianne, que expõe de maneira inocente o pungente sofrimento da criança; a irmã da criada nova, que se arrepende de tê-la incentivado a aceitar o emprego para não precisar mais abrigá-la em sua casa; o prefeito, que se exime das responsabilidades – esses e outros expõem conjecturas e teorias, relembram o passado, acusam e redimem, ajudando o leitor a compreender melhor a tragédia que ali se deu.
O mais apavorante é acompanharmos o assassino passo a passo, sem conhecer-lhe a identidade. A ansiedade acompanha o leitor até o fim, desfazendo-se apenas quando o mosaico está completo.
Andrea Maria Schenkel mora com a família nas proximidades de Regensburg, Alemanha. Tannöd é seu romance de estreia, pelo qual recebeu o Deutschen Krimi Preis, bem como o Friedrich-Glauser-Preis.