Salma engravidou na adolescência, foi ameaçada de morte e lhe tiraram a filha. Nem um novo começo, na Inglaterra, conseguiu calar os gritos que ecoavam em sua mente. Ela partiu para buscar seu bebê, seu passado. E isso pode mudar tudo. Ou nada.
O terceiro romance da escritora anglo-jordaniana Fadia Faqir, "Meu nome é Salma", foi muito bem recebido pela crítica francesa, mas praticamente ignorado pela mídia da Inglaterra, onde mora a autora, casada com o inglês Dean Torok. Compreensível. Fadia é extremamente crítica com os ingleses e tem lá suas razões. Seu irmão foi agredido na rua no ano passado e ainda se recupera desse traiçoeiro ataque racista. Não bastasse, Fadia ainda comprou uma briga pelos jornais com o escritor Martin Amis, a quem acusa de incitar a violência contra muçulmanos na Inglaterra por conta de seus discursos inflamados contra o Islã.
Dividida entre dois mundos, Fadia tenta se equilibrar no tênue fio do humanismo, escrevendo romances sobre o conflito de ter a cabeça no Ocidente e o coração no Oriente, como em "Meu nome é Salma", história de uma garota de origem árabe que engravida antes do casamento. Aprisionada, Salma fica sem a filha e consegue fugir para a Inglaterra, onde se casa com um inglês. A viagem de volta a terra, porém, é inevitável. A despeito das semelhanças entre a vida da escritora e sua personagem, Fadia jura não se tratar de um relato autobiográfico.