Convertido em ícone do romance, o Esperanza é um veleiro reformado para transportar, em surdina, do arquipélago das Canárias até a Venezuela, uma família, vítima da ditadura de Francisco Franco. Invadido, na hora da partida, por uma multidão que também quer escapar do regime político, a viagem torna-se cada vez mais perigosa, trazendo sofrimento para todos os foragidos.
O veleiro nunca chegará ao destino planejado. Depois de muitos revezes, uma parte da família fica em Dakar, a outra continua a viagem e termina naufragando no Delta do Parnaíba, estabelecendo-se no Brasil. Já adulta, a filha de um dos sobreviventes, precocemente falecido em consequência da viagem, vai à procura dos tios, cujas idades, na época da fuga, variavam entre três e dezessete anos, despertando-lhes a memória dos fatos ocorridos antes, durante e após o desenlace da viagem.
O foco narrativo se adensa em função das motivações, achados e angústias da personagem-chave que propõe a construção de um novo Esperanza para uma viagem de retorno às Canárias envolvendo os descendentes da família gerados no Brasil.
Literatura Brasileira