Um historiador francês, procurando o local perdido de uma antiga batalha romana nas planícies da Andaluzia, encontra, por acaso, um homem que descobre ser Don José Navarro, um notório bandido com a cabeça a prêmio. Sentindo simpatia pelo salteador, cujo rosto é "a um tempo nobre e feroz", ele o ajuda a escapar da polícia. Tempos depois, reencontram-se em Córdoba, onde Don José está preso, condenado à morte. Em seus últimos dias, o prisioneiro conta sua história, que tomou um rumo sem volta da primeira vez que colocou os olhos na cigana Carmen, em Sevilla. Era, então, um jovem oficial do exército com uma carreira promissora pela frente.
Alguns autores conseguem a façanha de estabelecer seus personagens no repertório cultural de uma nação. E há aqueles personagens que transcendem nações, línguas e gerações. Este o caso da cigana Carmen que, na Espanha de 1830, se esgueira por entre as pessoas e os adjetivos – bela, magnética, independente, esperta, malandra, exuberante, entre outros tantos – sem que nenhum consiga lhe prender.
Carmen, novela escrita em 1845, deu origem ao musical de mesmo de nome, de Georges Bizet (1838-1875), que permanece como uma das mais conhecidas e populares óperas de todos os tempos.