Gumersindo Saraiva não era doutor e foi reconhecido como líder de visão política e planejamento organizacional acima do comum. Não era general de carreira e é aclamado até hoje, como o maior comandante militar da América do Sul.
Sua marcha através do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná é uma epopéia que não encontra precedentes na história militar americana. Seu exército enfrentou 4.500 quilometros de florestas fechadas, caminhos quase intransponíveis e rios caudalosos, sempre perseguido por forças inimigas poderosas. Enfrentou as agruras do clima, a fome, os longos percursos e as batalhas, com suprimentos escassos e armamento insuficiente.
O exército maragato, organizado e liderado por Gumersindo, com bravos guerreiros de cavalaria e infantaria, valorosos e intrépidos comandantes, constitui um modelo militar mundial e um capítulo especial na história rio-grandense. Seus comandantes o seguiam sem qualquer hesitação, buscando a liberdade e abrindo os caminhos da democracia. Coisas que foram prometidas pelo caudilho que era um dos seus, com palavras do coração.
Gumersindo Saraiva, coração de caudilho, é o general da liberdade. O homem do campo, simples, que se revolta pelos direitos da cidadania e da liberdade, e personifica a Revolução Federalista de 1893. Os caudilhos foram os principais protagonistas das ações registradas nessa revolução e Gumersindo, o maior deles, foi o grande herói de uma das guerras internas mais violentas da humanidade.
Os caudilhos de ambos os lados, com grande poder de união e respeito entre seus comandados, foram talvez os principais protagonistas das ações históricas registradas na revolução. Suas decisões foram mais importantes do que as tomadas nos gabinetes das lideranças políticas, longe dos campos de batalha Os caudilhos da revolução, entre violentos combates e com o poder de decidir o destino de milhares de vidas, foram de fato os "senhores da guerra".