Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, enquanto o nazismo e o fascismo avançavam pela Europa, a aristocrática família Finzi-Contini insiste em tentar ignorar o crescente preconceito contra os judeus. Os irmãos Alberto e Micòl continuam protelando a formatura: ocupam o tempo realizando competições de tênis com os amigos na quadra de sua bela casa; os pais, por sua vez, fingem não notar o avanço da doença de Alberto, que enfraquece a cada dia.
O destino trágico da família é relatado por Bassani já no início do romance: Alberto falece em 1942; Micòl e os outros são deportados para a Alemanha e mortos em um campo de concentração nazista. A propriedade dos Finzi-Contini, incluindo o jardim, permanece, mesmo degradada pelo tempo e pela falta de cuidado, como um símbolo concreto das lembranças do narrador.
O protagonista se apaixona por Micòl; e é nesse momento que o personagem parece agir ao mesmo modo cego dos Finzi-Contini, deixando-se levar por ilusões, freqüentemente enganando-se e fingindo não ver a realidade. Micòl aparece aos olhos do leitor como um misto de espontaneidade, mistério e beleza: suas atitudes demonstram um amor pela vida e ao mesmo tempo uma adoração do passado, tal qual o narrador. Suas ações, repentinas e surpreendentes, compõem uma personalidade única e encantadora.
Romance autobiográfico de Giorgio Bassani, O JARDIM DOS FINZI-CONTINI narra os momentos de convivência do autor com a família, seja apenas observando-os de longe no Templo judaico, ainda quando criança, seja freqüentando, já mais velho, a casa que tanto o encantava. (site editora)