Este livro se propõe a estudar as éclogas dramáticas das Bucólicas de Vergílio, analisando não só os versos do poeta de Mântua, confrontando-os por vezes com versos de outros gêneros e de outros poetas bucólicos, mas também as fontes antigas que tratam do poeta latino e da bucólica, gênero inaugurado com os Idílios de Teócrito, autor grego do período helenístico. O viés deste estudo é, preferencialmente, o do gênero, um enfoque que, dentre outras vantagens, tem a de reconstruir o universo de expectativas do leitor contemporâneo à obra, fazendo-nos vislumbrar o poema em seu momento histórico, compreendendo como o texto ele mesmo se insere na tradição, dialeticamente jogando com as regras do código. Além disso, o livro apresenta uma leitura instigante sobre o aspecto metapoético, daquilo que o texto vergiliano parece falar de si mesmo, de seu gênero, de poesia.