Desde o aparecimento da imprensa sensacionalista no final do século XIX, passando pela avassaladora influência do rádio e do cinema e pelo fascínio do sistema de estrelato e chegando até a difusão generalizada da TV e de novas tecnologias como o vídeo, o computador pessoal e a Internet, a sociedade e os indivíduos nos Estados Unidos (e também todos, no resto do mundo, que são afetados pela cultura popular americana) passaram a ser dominados pelo paradigma do “entretenimento” de consumo fácil. Este tornou-se nossa principal fonte de valores, modificando a economia, a política, a religião, a cultura e, sobretudo, a própria maneira como as pessoas vêem e dão sentido a suas próprias vidas. Essa conquista da realidade pelos critérios do entretenimento resultou da ascensão da cultura popular e de sua vitória sobre os valores até então existentes, os quais promoviam uma rígida estratificação de elites, classe média e povo, arte séria e diversão, ética do trabalho e satisfação dos desejos. E o grande responsável por essa predominância da cultura de massa foi o surgimento e a rápida expansão do cinema, a “fábrica de sonhos”, nas primeiras décadas deste século. Os filmes não só eram uma forma de escape das dificuldades materiais da vida como instauraram uma nova cosmologia, que foi avidamente adotada em um mundo cada vez mais complexo e menos compreensível.