Fugindo da Escócia, devido a problemas políticos, Robert J. Cole chega a Boston sem dinheiro, mas disposto a trabalhar como assistente de um renomado cirurgião local. Logo ele descobre que seu coração não é urbano e parte para o interior, para a fronteira do Illinois, antigo território dos índios Sauks e Masquakies. Tem início, então, a saga de um homem que, descartando preconceitos, incorpora rituais indígenas, transmitidos pela sábia Makwa-ikwa, vive uma grande paixão por uma mulher que, para muitos, era pecadora, e passa para seu filho, um deficiente auditivo, a tradição de pressentir a morte.
"Xamã" traça um painel do século XIX, nos EUA, com maestria e delicadeza, em mais uma incursão de Noah Gordon no difícil campo da história da medicina. Através de Robert J. Cole e depois de Xamã, o menino que vence suas limitações em nome de um dom, acompanhamos duas gerações que testemunharam a perseguição a índios e escravos, os horrores da Guerra da Secessão, a hipocrisia da máquina política, mas também as primeiras universidades a ensinar medicina e a construção dos primeiros hospitais. Contra um pano de fundo monumental, desenrola-se a vida aparentemente simples de dois homens, em que sobressaem fortemente a vocação para curar e o amor à humanidade. Tal como acontecia em "O físico", de que ela é, de certa maneira, a continuação, mais de 800 anos depois