Letícia 23/09/2018
Romance, drama e alguns clichês
A Última Música começa com a personagem principal, Ronnie e seu irmão, Jonah, sendo levados pela mãe para passar o verão na casa do pai. Ronnie não está muito feliz com isso, pois o pai mora numa cidade litorânea pacata e ela curte baladas e agitação, além de que desde que ele e sua mãe se separaram o relacionamento dos dois ficou complicado.
Parece que vai ser mais uma daquelas estórias de adolescentes rebeldes mostrando toda a sua rebeldia, porém assim que Ronnie conhece Will, um jogador de vôlei que dá uma bolada nela quando ela está passeando por um festival na praia, começamos a ver uma outra parte da personalidade dela aparecendo.
Conforme os dois vão se apaixonando, percebemos que, no fundo, ela é na verdade uma menina bem sensível e não a revoltada que se mostra nos primeiros capítulos. Aos poucos, vamos conhecendo-a de verdade conforme ela se abre para Will, ao mesmo tempo em que vemos a relação dela com seu pai melhorar cada vez mais. Muitas coisas acontecem durante esse verão, e, no fim, temos uma estória triste e feliz ao mesmo tempo.
Eu acabei não gostando muito desse drama misturado com romance, porém pode ser porque eu fui ler querendo um tipo específico de estória, e não tinha nada a ver. Estava em busca de um livro "fofinho", mas acho que cheguei à conclusão que Nicholas Sparks não é a melhor opção pra isso.
O livro tem vários pontos escritos com a intenção de serem tensos ou tristes, mas nenhum deles me tocou. Romance não é meu gênero favorito, mas escrito de uma certa maneira consegue me fazer chorar e ficar apreensiva, e estava procurando por isso quando peguei A Última Música na prateleira.
Achei que tiveram algumas (várias) partes da estória que o autor poderia ter aprofundado mais. Ele colocou vários "segredos", mas não desenvolveu realmente nenhum. Tem vários acontecimentos que ele poderia ter desenvolvido melhor, talvez se ele tivesse focado mais em apenas alguns, ao invés de colocar tantos, teria dado mais certo.
Ao longo do livro conhecemos muito bem o Will, a Ronnie e o pai dela, Steve, mas senti muita falta de conhecer melhor a amiga dela, Blaze. Ela aparece bem no começo e no final, mas no desenvolvimento fica em segundo plano, e sinto que ela poderia ter aparecido bem mais. Capítulos do ponto de vista dela seriam uma boa. Digo o mesmo para a mãe da Ronnie, Kim.
Bem, eu não tenho muito mais o que falar. Só li dois livros do Nicholas Sparks até agora, e entre esse e A Escolha, prefiro o segundo, porém se você gosta de um romance dramático com alguns clichês, vai fundo. Esse livro é tão famoso que tem até filme, então provavelmente várias pessoas gostaram dele.
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