spoiler visualizarLua 12/06/2016
Um minuto para refletir...
Sidney Sheldon, autor renomado no qual há muito tempo ouvia falar me despertou interesse desde que vi um livro dele, mas não tive oportunidade de lê-lo. Como já era de se esperar, fui atrás de outros livros dele para ter minha primeira experiência com o autor. Eis que me surge O outro lado da meia-noite, um livro envolvente, de fato, mas previsível, muito previsível.
Quando comecei a lê-lo, saboriei as páginas minuciosamente, a escrita leve do autor flui bem, de modo que, sem perceber, já tinha devorado cinqüenta páginas em pouquíssimas horas. Entretanto, o livro tem falhas, bastantes visíveis até, como, por exemplo, alguns acontecimentos ocorrerem rápidos demais descontruindo assim uma atmosfera real. É o caso do casamento de Catherine, por Deus, como pôde acontecer daquela forma?! Esperava mais dessa parte. Aliás, logo nas primeiras páginas eu já havia desvendado metade dos acontecimentos do livro. Como disse, ele, ao menos pra mim, se mostrou bastante previsível. Alguns fatos me surpreenderam, é o caso de quando Noelle mata o próprio bebê em um ato de vingança a Larry Douglas. Aproveitando-me da citação a ela feita, tenho que admitir que esta é uma mulher admirável, transformou todo o seu sofrimento em força e com isso conseguiu o mundo, mas o destruiu em nome de um único amor. Ainda tento entendê-la por ter desistido de sua vingança que elobarara por tantos anos... Confesso que fiquei enormemente chateada por isto, com raiva, quis estapeá-la e mostrá-la o quanto ele merecia aquilo, mas, infelizmente, não foi possível.
Catherine... Ah, Catherine. Eu desenvolvi uma grande afeição por ela, desde o início, engraçada, inteligente, lembrava-me muito uma grande amiga, porém, suas atitudes a contradizeram. A começar por seu casamento, como já havia dito antes, não gostei nem um pouco. Eu imaginei que ela fosse se envolver mais com Larry, que o autor iria criar aquele clima de tensão por ela está envolvida com o Bill Fraser, mas não, foi tudo tão rápido que mal tive tempo de perceber que já estavam casados e morando juntos. Ela foi estúpida várias vezes, acho que o autor tinha múltiplos órgasmos cada vez que ela fazia papel de idiota, isso me envolveu em um sentimento inominável, porque eu torcia por ela, sofria com ela e quase implorava para que ela parasse com tanta estupidez.
Agora, abrindo espaço para falar dos personagens masculinos da trama, quero começar com o Bill Friser. Ele, honestamente, foi a pessoa que mais admirei em todo o livro, o amor que ele dedicou a Catherine é comovente, e torci bastante para que ele tivesse um final feliz, todavia, nenhum deles teve.
Larry, sem dúvida, foi o personagem que mais odiei em toda a história. Ao decorrer do livro ele se mostra ser um canalha, indigno de qualquer tipo de afeição, suas atitudes para com Catherine eram desprezíveis, não rara foram as vezes que me vi desejando a explosão de um avião no qual ele estivesse pilotando, sem o Metaxas, claro, pois até agora não entendi por que ele tivera um fim tal trágico. Quase que no fim da trama, Larry mostra alguns traços de que não era um idiota por completo, que ele podia sim amar, e o estava fazendo com Noelle. Contudo, é notável em seu julgamento que o que ele sentia por Noelle não era amor, mas sim uma excitação por um futuro glorioso, porque, afinal, quem não deseja estar trabalhando com algo que lhe faz feliz e ainda ganhar rios de dinheiro com isso, além de estar com uma bela mulher ao seu lado? E aí me decepcionei, pois, creio eu, que em algum momento esperei que aquilo fosse realmente real, que não um completo monstro.
Não tenho muito o que falar sobre o Demiris, a não ser que ele também se parece enormemente com um amigo meu, tanto em suas características físicas, quanto em sua intelectualidade. Esperava que ele fizesse algo em relação a Noelle, e fez de maneira brilhante. Tanto que esse fim, que ele próprio manejou, me comoveu, passei alguns minutos para discernir o que lera, por uma fração de segundo, tive pena de Larry, e, por um tempo bem maior, desejei que o fim de Noelle fosse diferente.
Para encerrar, só queria que o Sidney tivesse se aprofundado mais no Isaac Katz, fiquei curiosa quanto a sua história. Algo que acho importante dizer é que o fim, ainda que satisfatório para mim, deixou a desejar, houve brechas que não foram fechadas.
O livro me envolveu, tanto que sentirei falta dos personagens, principalmente da Catherine, não o classifico com mais estrelas justamente por ter sido muito previsível, esperei mais dos personagens, enfim... Eu recomendo, sim, é uma boa leitura, só não sou capaz de dizer "Não vai se arrepender", porque, bem, isso fica por sua conta. Hehe!