@aprendilendo_ 15/05/2022
Resenha de O Menino do Pijama Listrado
Quão grande é o contraste entre a inocência e a maldade? Quando Ralf, o pai de Bruno, recebe uma promoção no seu emprego, o jovem menino tem de acompanhar a família em uma mudança de Berlim para Auschwitz, em 1943. A partir disso, com a pura percepção de uma criança de nove anos, Bruno passa a conviver com soldados e comandantes nazistas, até que, um dia, conhece Shmuel, outra criança de mesma idade, mas que está presa no campo de concentração. Publicado pela primeira vez em 2006 e escrito por John Boyne, O Menino do Pijama Listrado é um dos livros mais prestigiados do séc. XXI.
Com cerca de 180 páginas, o livro traz consigo uma curiosa característica. Isso, pois, apesar de ser narrado em terceira pessoa, o escritor toma a decisão de apenas contar a história pela ótica de Bruno, o protagonista de nove anos. Nesse contexto, ao mesmo tempo em que a história traz temas extremamente pesados como a eugenia, a violência e até mesmo o adultério, tem-se sempre uma visão inocente acerca desses acontecimentos. Dessa forma, a obra consegue cadenciar entre a pura visão de mundo de uma criança e a tragédia monstruosa, a qual ocorria diariamente no campo de Auschwitz. Como consequência de tal contraste, há uma constante tensão narrativa que acaba por causar um receio duplo no leitor, o qual consiste no medo de Bruno se corromper e de as pessoas ao seu redor causarem algum dano à criança.
Assim, de maneira fluida e muito bem escrita, o livro imerge o leitor em uma história melancólica e repleta de sugestões, as quais, mesmo sem citar diretamente, remetem a alguns dos temas mais difíceis de se lidar da humanidade.
Nota: 9,1
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