Marinho Cabral 15/02/2022
Memórias em o Casaco de Marx
A primeira vez que li ?O casaco de Marx? ainda na faculdade pela indicação de uma professora? a leitura inicialmente muito me maltratou, talvez por relacionar a roupa com as memórias da dor? não sei? me incomodou!
Atualmente, com um olhar mais maduro (talvez) a associação das roupas com referência às memórias e dor me concede mais significado as roupas (principalmente em um tempo que a efemeridade do descartável impera), Peter Stallybrass realmente empresta um viés poético as durezas da vida? nos convidando as reflexões das memórias e as marcas que estas deixam em nós, em nossas roupas, os desgastes e as marcas que deixamos para nossos entes queridos.
A leitura é rápida, 110 páginas distribuídos em 3 didáticos capítulos a cerca das reflexões das memórias e das dores que as acompanham, o texto não fala só de dor, ao contrário, desmistifica experiências, resistências, esclarece, informa e principalmente, nos sensibiliza a outros olhares.
O autor, de forma fluída esclarece as questões da memória, direciona-se para parte da história de vida de Marx durante a escrita de 18 Brumário e O Capital, por fim, contextualiza o caminhar?
Quero ler de novo, daqui mais uns anos talvez, para experimentar o que a sensibilidade me escapuliu?
A leitura é considerada cult, a vejo como uma leitura informativa, traz aspectos e abordagens de pesquisa associando as histórias dos personagens, o que propicia relativa leveza.
A dor é abordada em perspectiva de partida, uma outra face do luto. Vale a pena a leitura!
Sobre ?O casaco de Marx? vou ficando por aqui? Eu cá com meus botões, e as minhas reflexões! ?