Renata CCS 12/11/2013O corpo da alma
Parodiando os últimos versos de “A metafísica do corpo”, poderíamos afirmar de Drummond: eis que se revela a Poesia, na transparência do invólucro perfeito.
Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.