Corpo

Corpo Carlos Drummond de Andrade




Resenhas - Corpo


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Arsenio Meira 03/02/2013

"Corpo", do poeta maior, é um livro crepuscular. A 1ª edição é de 1982.

O grande poeta é o que marca o seu tempo, sendo por ele marcado: eis a primeira lição, e não a menos importante, que nos propõe a poesia drummondiana.

Neste livro, sobrepaira um dos poemas definitivos do nosso poeta, escrito em homenagem à sua colega de ofício bem mais jovem, a poeta Ana Cristina César, que em 1983, deu cabo da própria vida, interrompendo, assim, uma das mais promissoras trajetórias da nossa poesia.

O original do poema foi recolhido pelo poeta e curador da obra de Ana Cristina, o poeta Armando Freitas Filho, que o publicou nos livros póstumos da escritora carioca.

O poemeto, composto por nove versos, é imenso e contém uma valiosa lição, ainda que dolorosa, que nos legou Drummond.

Melhor que gastar verbo é transcrever logo:


"Ausência


Com o pensamento em Ana Cristina César



Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim."

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (1902 - 1987)

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Pedro.Constant 04/04/2021

Drummond, sendo Drummond
Excelente livro. Drummond tem o tipo de poesia que deve ser apreciada sem pressa. Recomendo!
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Renata CCS 12/11/2013

O corpo da alma

Parodiando os últimos versos de “A metafísica do corpo”, poderíamos afirmar de Drummond: eis que se revela a Poesia, na transparência do invólucro perfeito.


Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Arsenio Meira 22/11/2013minha estante
Esse poema, Renata... Drummond, perto dos 80 anos, quando o escreveu, ainda estava em plena forma. Um dos mais tocantes deste livro e da obra dele inteira! Abraços


Renata CCS 25/11/2013minha estante
Este é o meu poema preferido de Drummond!




regifreitas 21/06/2024

CORPO (1984), de Carlos Drummond de Andrade.

Este é um dos títulos da fase final de Drummond, lançado apenas três anos antes de sua morte em 1987.

Conforme Maria Esther Maciel, no posfácio "O corpo e seus possíveis", desta edição: "Se o poeta itabirano continuou, nessa derradeira etapa, a sondar certos elementos recorrentes em sua obra anterior, como o registro do presente imediato, a memória de um passado irreversível, o olhar irônico sobre os usos políticos e econômicos da vida, a evocação do amor e da experiência erótica, a consciência da morte e da corrosão do tempo, entre outros, isso tudo se faz ver neste livro, sob a visão de um homem já em idade avançada e ciente da proximidade do fim".

Então, o vocábulo "corpo", que intitula a obra, acaba assumindo significados e expressões múltiplas. Pode ser o corpo erótico, como também aquele "espaço em que se materializa o amor"; o corpo como o "invólucro perfeito" da alma; o corpo cansado, "ciente da sua efemeridade"; o corpo urbano e social, evidenciado na incisiva crítica social de textos como "Favelário nacional".

Mais do meu agrado, destaque para os poemas "Pintor de mulher", "O seu santo nome", "Os amores e os mísseis" e "Eu, etiqueta".
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Gabrielle.Marins 20/02/2020

Ótimo
Drummond é um ótimo escritor e essa foi uma das primeiras obras que li dele. Com toda certeza, um dos melhores livros de poesia que já li. Algumas se tornaram favoritas. Esse é o tipo de livro que você tem fazer muitas releituras pra apreciar e é o que pretendo fazer.
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Jana 13/03/2021

Sigo forte em atualizar as minhas leituras de antologias drummondianas. Gostei bastante dessa obra, que contém alguns poemas clássicos do autor. Porém, a primazia textual foi uma série com a temática de favela. Eu não conhecia e, simplesmente, me apaixonei.
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Tofuuu 31/07/2023

São poesias que falam do corpo individual, social, plural... Há muita crítica social, especialmente quando se inicia o "Favelário Nacional".
Estou acostumada com as poesias de amor, tipo Neruda e Vinicius de Moraes. Em função disso, inicialmente, não estava gostando tanto, mas é importante poder refletir sobre Deus, consumismo, brevidade da vida... Já estou ansiosa para ler outras obras dele.
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flaviathaiss 29/07/2021

Minha primeira obra de Drummond
E gostei.
Esse livro não fala só no corpo físico em si, mas no ser humano como um todo, em todas suas dimensões.
Ainda, escrito próximo ao fim da vida e após perder sua filha, Drummond faz muitas reflexões sobre a vida e a morte, sobre a inevitabilidade do fim, sobre o amor.
E faz críticas durante todo o livro, também as sociais, falando das favelas, da pobreza, violência, exclusão, política, economia, entre outros.
O posfácio ajuda a compreender bastante a visão do autor.
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Prof. Edivaldo 28/05/2021

Corpo
São poemas que tratam não somente sobre o corpo físico em si, mas também do homem em toda sua dimensão.
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Pedro3906 23/01/2024

Comentário a ser escrito
A apropriação e vivência do corpo enquanto primeiro contato com o mundo me trouxe para este livro. Me interessa a literatura sensual, às vezes insolente de ousadias, e Drummond mescla a crueza em aspectos múltiplos: sobre que somos, sobre que sentimos, sobre que nos fazem e como vivemos ? a partir da delicadeza endêmica de sua obra. Se Pessoa estiver certo, e "sentir é estar distraído", assumo ocos de alma perturbados pelas palavras.

As coxas, elas voltaram!
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Maira.Alves 02/01/2022

Posfácio EXCELENTE, bem escrito, me trouxe memórias da leitura inteira. Um livro curto de poemas pequenos no geral, mas com uma profundidade grotesca, exibindo a genialidade de Drummond e as características marcantes da sua escrita. Com toda certeza vou reler!!! (e o que eh aquela crítica social nos poemas finais, principalmente através do poema "favelário nacional"??!!!!), colossal!!!!!
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Hebi 18/12/2021

Atual
Carlos Drummond de Andrade esbanja sentimento nesse livro, uma obra que tem que ser enaltecida e lida nos tempos atuais. Não é um livro longo, longe de ser cansativo e é muito bom.
Deixo aqui um trecho que uma poesia que eu gosto muito desse livro.
"Hipótese"

"E se Deus é canhoto
e criou com a mão esquerda ?
Isso explica, talvez, as coisas deste mundo."
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Vanessa.Carla 25/06/2022

Carlos e Corpo
Minha primeiríssima leitura de um livro do Carlos Drummond de Andrade, não vou negar que gostei e que foi uma surpresa ver que não se tratava em si apenas do corpo físico (apesar de haver exceções).
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Brunov 12/05/2022

Autoimune
Vim esperando algo de erotismo e teve quase nada.

Do estilo marcante de Drummond, apesar de umas poesias muito boas no começo, logo ficou perdido e inconsistente. Passou a ter a morte invadindo sem contexto a qualquer coisa e tudo foi ficando vazio de sentido.

Até que no final, vem uma sequência de crítica social em poema que ressignifica tudo, pois a pobreza da poesia é reflexo da sobrevida dos favelados, bem como da própria, contexto dado depois, diante da morte da filha. E, assim, o corpo traiçoeiro e imperativo se torna menos o carnal, mais o metafísico ou mesmo psicossocial com suas contradições e sua impossibilidade de sentido formal.
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Geórgia 30/05/2020

Drummond é indescritível ! Sempre vale a leitura!
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