Resenhas -

mauricio.sperb 26/09/2021

Uma história muito tocante, contada através de ilustrações únicas. É admirável o uso do mito de Ártemis e Sipriotes aludindo um relato tão real e pesado, mas chegando ao final, o livro perde um pouco a magia e a delicadeza das palavras. Acabei me desconectando.

Breno.Leme 01/02/2020

UM PU14 DE UM GIBI!
BEZIMENA na maioria das línguas eslavas significa literalmente ?Aquela que não tem nome?.

Só agora terminei de ler.

E que gibizão! Gostei bastante e valeu cada centavo, a edição também está muito bonita também.

Resumão: Uma sacerdotisa está falando para Bezimena sobre acontecimentos que tem lhe desagrado e indiferente sua dor a sacerdotisa exclama por atenção e sentimento da mesma. Até que Bezimena afunda ela ao lago do lado e assim temos o nascimento de Benny, numa família que já estava desacreditada que teria um filho.

E ao final temos uma pequena história da Nina Bunjevac que fala sobre um fato bem desagradável que ocorreu na vida jovem dela, que foi uma tentativa de estupro numa ação de sua amiga de escola chamada Snezana (nome real da comparsa do estuprador) e um homem velho chamado Kristijan, ela felizmente conseguiu escapar, mas outras meninas não tiveram sorte. E hoje ela luta para que não ocorra esse mesmo tipo de crime na Sérvia e que colocou os nomes reais, pois ela está foragida e ele acabou morrendo ?misteriosamente?.

Luan 24/03/2021

A delinquência do prazer
Uma das melhores surpresas dos últimos anos foi Bezimena, de Nina Bunjevac. A sérvia de 47 anos conseguiu com maestria contar uma história tão macabra quanto o seu relato pessoal vivido na adolescência, encontrado nas últimas páginas, encerrando com pungência sua obra.
Bunjevac conduz uma história erótica sem glamour, utilizando-se da mitologia grega, mais precisamente: ?Uma Adaptação Moderna do Mito de Ártemis e Sipriotes?. Nesta história em quadrinhos acompanhamos a jornada de Benny, desde cedo um delinquente sexual que constrange seus familiares com seus atos repulsivos de assédio ? como ficar encarando sua coleguinha de classe ?White Beck? com as mãos dentro da calça ou ser pego pelo padre se masturbando ? por conta de seus desejos e falta de decoro , ele cresce e se torna um jovem reprimido e isolado, acostumado a esconder-se ao observar mulheres sem ser notado. Tudo começa mudar quando sua família lhe arruma um emprego de zelador num zoológico, e depois de muita chateação pela repetição dos mesmos serviços horas a fio, num dia tudo parece mudar quando de repente encontra um fantasma de seu passado visitando o parque...
Qualquer coisa dita além disso estragaria a experiência da trama vivenciada pelo leitor, entretanto, analisar a estética e estilo que a autora emprega é fundamental para um melhor entendimento. Este livro é totalmente narrado através de seu eu lírico onisciente, não sabemos quem está contando a história, mas o sujeito a conta em forma de prosa, através de um diálogo com outro ser desconhecido. Muito singular, as narrativas textuais são empregadas numa página, dentro de curtos (e poucos) balões por página enquanto as ilustrações ficam na página ao lado. E sobre a narrativa gráfica há muito o que dizer, essas são um verdadeiro desbunde! O que de início pode parecer um livro ilustrado engessado, mostra-se uma obra visceral e muito imersiva com páginas desenhadas em preto, cinza e muito sombreado, adotados dentro de um estilo realista-impressionista. Tudo isso é amplificado pelo tamanho dos grafismos, ocupando sempre uma página inteira.
Nina se estabelece como uma forte potência no mercado editorial de quadrinhos, e sua obra teve ótima aceitação pelo público brasileiro. A editora Zarabatana acertou em cheio ao trazer esse título para o Brasil.

Gabriel 12/05/2021

Chocante e poderoso
A arte é impressionante, vc não consegue parar de ler e a carta da autora no final oferece outro peso a obra

Abduzindolivros 15/05/2021

Leitura necessária
Não costumo ler HQs por motivos de: eu me perco no layout das histórias e os desenhos me distraem, PORÉM, esse chamou minha atenção e resolvi ler (indicação do Kaio @covil.do.tritao)

?Bezimena? foi escrito pela quadrinista canadense Nina Bunjevac, e conta a história de uma sacerdotisa que, ao procurar a velha Bezimena para pedir ajuda, renasce na pele de um menino chamado Benny, em uma família de posses e status. O menino começa desde cedo a demonstrar uns baita distúrbios sexuais, e uma obsessão gigante por uma colega de escola.

Quando cresce, a obsessão o leva a cometer violência, inclusive contra crianças.

Sobre a autora, ela sofreu violência sexual quando adolescente, por isso, geral acha meio curioso o fato dela ter contado essa história sob a perspectiva do abusador, e não da vítima, como é o mais comum.

O Kaio indicou-me esse conto lembrando de um outro que escrevi, o ?Lisinha?, que acabou não entrando na minha Análise da Cadela Procriadora por também narrar a violência do ponto de vista do abusador. Lembrando que eu também já sofri esse tipo de abuso, então vou aqui dar meus motivos para escrever algo desse tipo.

Não é para passar pano para abusador.

Não é para tentar justificar o injustificável (como críticos evocaram sobre o quadrinho da Nina).

Não é para chocar, ou sei lá o que pensem.

É uma forma de mostrar que esse ponto de vista existe, infelizmente. E que os abusadores trabalham como trabalhamos, podem ser simpáticos como somos, ter boa aparência, e inclusive, pertencer à sociedade mais do que pertencemos. Isso é óbvio, mas o óbvio precisa ser dito e explicado.

Além disso, assim como a Nina, no meu conto Lisinha, explorei brevemente o passado do abusador. Fiz isso para mostrar como esse lado dele foi sendo revelado em vários momentos de sua vida, e como os sinais foram ignorados porque, infelizmente, sexualidade e desejos ainda são tabu.

E enquanto forem, sempre que alguém demonstrar sinais de que sua sexualidade tende à parafilias, esses sinais serão ignorados e aí teremos, opa, mais um abusador cujos atos serão varridos para debaixo do tapete, e ignorados.

Conheço abusadores que são pais, candidatos a cargos públicos, homens da lei, influentes, queridos, parentes, bem empregados, um bando de filhos da puta que todo mundo passa a mão na cabeça e diz ?deixa para lá?, enquanto formam a próxima leva de canalhas que vão se beneficiar do tabu.

É preciso mostrar que esse povo existe, pensa, e mostrar como e o que pensam.

É preciso que mais Bezimenas e Lisinhas sejam escritos e lidos para que esse ponto de vista seja escancarado, mas acho que vocês ainda não estão preparados para essa conversa.

Caso estejam, leiam Bezimena.

Zesielson 27/05/2021

Repúdio artístico
Que hq do Carvallho!!!
Cada traço, cada detalhe denota o enredo robusto e a frieza narrativa.

Amei, recomendo!!

Flavia558 10/05/2022

Só uma palavra: perturbador!
A arte desse livro é impecável, mas...
...a história num todo é perturbadora.
Alerta de gatilho para quem já sofreu algum abuso!
Definitivamente quero esquecer esse livro.

ThayAvalon 15/07/2023

Pesado desconcertante
Através de ilutracoes belíssimas e do mito de Arthemis vemos uma história pesada e complexa, e a carta da autora no final deu outro peso ainda maior a uma história de @bus@ sex@al