O eterno marido

O eterno marido Fiódor Dostoiévski




Resenhas - O Eterno Marido


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Leo Mariuzzo 06/01/2013

Com este livro, Dostoiévski tornou-se o meu preferido escritor. A narrativa flui fácil e os personagens são fascinantes. Ainda mais fascinante é o modo como os personagens conduzem os diálogos e te levam a pensar ora que o marido sabe da traição, ora que não desconfia de nada. Vielhtchaninóv, o protagonista, nutre uma relação de amor e ódio para com o Páviel Pávlovitch. Enquanto este leva Vieltchaninóv à loucura com o seu jogo macabro de consciência e culpa.

O desfecho, ou o "ajuste de contas" é incrível e surpreendente. Desde o encontro entre o protagonista e o marido traído, o escritor leva o leitor a imaginar o desfecho da antiga perfídia.

Recomendo este livro, e creio que este ficará marcado como uma das obras mais genias que tive o prazer de ler.
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Leonardo 01/12/2012

Para quem nunca leu Dostoiévski, e, sabendo que os melhores livros dele têm mais de 500 páginas, do meu ponto de vista este é o melhor livro para começar (pelo menos dentre os que eu já li).

Sendo um livro pequeno, expõe toda a profundidade de escrita deste grande escritor, sublinhando o elevado dramatismo e tragédia, da psicologia e comportamentos dos seus personagens, que, parecendo irreais, revelam e desnudam o interior profundo de todos nós. O confronto entre um marido enganado e um dos antigos amantes da sua defunta esposa, sem que este último saiba se o primeiro sabe ou não desse fato, mantém um suspense inebriante que nos leva a devorar o livro da primeira à última folha num ápice, sentindo uma angústia tremenda à medida que os acontecimentos trágicos se vão precipitando.
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Ronaldo 16/09/2012

É lugar-comum afirmar que se lê pouco no Brasil porque os livros são caros. É hora de começarmos a relativizar esta afirmação. A L&PM, a Saraiva e a Companhia das Letras estão com excelentes coleções de livros de bolso: baratos, títulos de primeira ordem e traduções muito boas. Este livro de Dostoiévski é um caso típico: excelente, pequeno (168 pg) e muito barato. A história é fantástica, como só Dostoiévski consegue fazer: um tratado de psicologia em um enredo fascinante, com várias reviravoltas. Cinco estrelas é pouco!
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Saribera 20/11/2011

Menor do maior
Um livro abaixo de Dostoiévski.
Um livro acima de todo o resto da literatura mundial.

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Toni 08/11/2011

Consciências que se elucidam
Escrito em 1870, ‘O eterno marido’ é considerado um romance fruto da maturidade artística de Dostoiévski. Síntese de sua poética, elaboração formal e temática, a crítica vê nele um dos momentos culminantes da obra dostoievskiana: uma narrativa breve capaz de engendrar temas universais e abrangentes ao lado de elementos bastante específicos e tipicamente russos, principalmente no tocante às relações interpessoais (que amiúde causam estranhamento aos leitores deste lado de cá).

De maneira análoga a de 'Notas do Subsolo', em que temos o desenvolvimento de um 'tipo' complexo, 'O eterno marido' traz em seu título essa categoria de homem que seria “um complemento da esposa, mesmo que possua indiscutivelmente personalidade própria, (...) ele não pode deixar de ser portador de chifres” (p.49). O livro segue os passos de Vieltchâninov, caracterizado com todos os traços daquele habitante dos subterrâneos: hipocondria, insônia, vaidade, inteligência judiciosa e incontestavelmente dotada, ceticismo. A narrativa se desenvolve a partir do encontro desta personagem com Páviel Pávlovitch Trussótzki, cuja mulher recentemente falecida fora amante de Vieltchâninov quase uma década atrás.

No impecável desenrolar dessa história, Dostoiévski logra orquestrar o suspense com maestria, à medida que as consciências desses dois homens se elucidam nos prolixos embates dialógicos da narrativa. Como apontado por Bakhtin, na obra do romancista as consciências são independentes e vivas, mas só existem no contato com o outro. Para desenvolver a 'imagem do homem no homem', o autor não objetifica as personagens tornando-as consciências submissas à sua visão de mundo. Pelo contrário, ele se põe ao lado dos outros, interrogando, provocando e respondendo sem, no entanto, abafar as vozes das personagens. A polifonia do romance dostoievskiano permite que Vieltchâninov e Páviel Pávlovitch sejam representados de dentro para fora, na sua inconclusibilidade, à luz de muitas consciências isônomas e plenivalentes que revelam umas às outras.

Em ‘O eterno marido’ encontramos uma sucessão de Leitmotiven característicos da obra do autor como a criança sofredora (Lisa), o bufão trágico (Páviel), o sonho prenunciador (nos capítulos 2 e 15) e o já referido homem do subsolo (Vieltchâninov), além de elementos que o aproximam da sátira menipéia*: as cenas de escândalo e excentricidade (em casa dos Zaklébinin), o jogo com oxímoros ('o mais monstruoso dos monstros é o monstro com sentimentos nobres', 'amava-me por ódio'), a publicística ('os grandes pensamentos originam-se mais de um grande sentimento do que de uma grande inteligência'), o riso de escárnio ('ele fica procurando...amantes embaixo da cama'), a embriaguez (estado quase constante de Páviel Pávlovitch). Tudo articulado, no equilíbrio perfeito entre os capítulos, com as próprias motivações psicológicas. Neste breve romance, Dostoiévski atinge o thriller psicológico com centralidade de ação incomum aos romances do autor, geralmente desdobrados em vários outros núcleos narrativos. Representa o epítome da obra aberta: polifonicamente construída e dialogicamente instigante.

*Elementos apontados por Mikhail Bakhtin em Problemas da Poética de Dostoiévski
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AdrianoK 13/05/2011

Condensado
Dostoiévski condensado, um pouco mais misterioso e mais solto do que em seus trabalhos mais conhecidos. Só fico com raiva de quem escreve as orelhas e contracapas da edição que li. Por elas, seria um outro livro. Apesar do título ser O Eterno Marido, estamos mais centrados na vida de um dos amantes de Nadja. Enfim, leia que vale a pena.
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HA_Kél 08/03/2011

Minha leitura...
Eu simplesmente adorei o livro!
Apesar da bizarra história de um marido "traído", o que mais me impressionou foi a clara narrativa de "ciclos" na vida de uma pessoa (no caso do livro, várias pessoas). Como se a vida desse voltas, e te colocasse sempre, novamente, no mesmo conflito...você "cresce" a medida que percebe esses ciclos e procura romper com eles. O eterno marido, ou o eterno fracassado, ou o eterno depressivo, ou a eterna mulher-carente, o deixa de ser ao escolher não repetir erros e comportamentos que o aprisionam.
Luciana 27/04/2011minha estante
Fiquei muito interessada em ler.


Magno45 12/11/2018minha estante
Perfeita a análise, acabei de ler, uma narrativa sensacional e reflexiva.




patita 22/02/2011

Bom
Impressionante como até o humor em Dostoievski é angustiante. Que não se assuste quem me vê falando em angústia de modo tão recorrente quando o assunto é Dostoievski. Não é algo ruim. O fato é que Dostoievski consegue chegar aos sentimentos humanos mais profundos e mexe contigo. Te faz repensar a firmeza inabalãvel de suas convicções.
O único "porém" é que há uma criança no livro e livros com crianças que sofrem me fazem mal.
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Aguinaldo 08/02/2011

o eterno marido
O eterno marido é um curto romance muito bom de se ler, uma belo livro de Dostoiévski. Trata-se de uma história perturbadora, violenta mesmo, que se deixa contar pelo autor como se fosse coisa corriqueira e fácil. Na história é narrado o reencontro de um sujeito chamado Páviel Pávlovitch Trussótzki (os nomes em russo são sempre curiosíssimos) com Aleksiéi Ivânovitch Vieltchânimov (Aleksei Ivanovitch é o nome do personagem principal de "o jogador", mas acho que não se trata do mesmo personagem). Este último havia sido amante da falecida mulher do primeiro. Enquanto o ex-amante é um jovem frívolo, fútil e indeciso o viúvo é agressivo, alcoólatra e violento. O reencontro é pleno de emoções, ódios represados, sofrimento psíquico, mas tudo é apresentado com um humor-negro que torna as situações socialmente toleráveis. Páviel faz saber Aleksiéi que sua mulher (Natália Vassílievna) havia tido uma filha (Lisa) com ele, ou seja, que ele Páviel sabia desde muito tempo da indiscrição de ambos, mas apenas agora, dez anos passados, tinha a coragem de confrontá-lo. Na verdade só teremos certeza disto no final, mas a história é perturbadora demais para que o personagem não se envolva com o viúvo e a jovem criança. A menina tem a saúde bastante frágil e, apesar dos esforços de Aleksiéi para salvá-la, acaba morrendo na casa de alguns amigos. Pouco tempo depois o viúvo aparece a Aleksiéi dizendo estar com planos para se casar com uma das filhas de ricos proprietários do campo. Em um exercício, talvez, de auto-punição, Aleksiéi acompanha o viúvo à propriedade da pretensa noiva, mas acaba por tornar o caráter pusilânime e tolo de Páviel ridiculamente visível a todos da família da pretendente. De volta a São Petersburgo Páviel ajuda Aleksiéi com um problema de saúde e ato contínuo tenta matá-lo em uma noite tensa, onde sonho e realidade se confundem. Pela manhã Páviel desaparece. Anos mais tarde Aleksiéi reencontra Páviel em um trem, casado com uma jovem do campo (talvez tão igualmente rica, quanto aquela que Aleksiéi demoveu de casar-se com Páviel). O eterno marido continua o mesmo tolo e bufão de sempre, aparentemente envolvido em um triângulo amoroso entre sua mulher e um jovem cadete, vagamente aparentado a ele. O trem com o casal parte e Aleksiéi fica na estação rumindo todo o patético desta curiosa história. O texto foi traduzido diretamente do russo por Boris Schnaiderman, que assina um bom e curto ensaio no final. Esta edição é mesmo super bem cuidada. Agora que tirei os escolhos da frente preciso afiar os dentes para enfrentar os tijolos de "os demônios", "crime e castigo" e "os irmãos karamazov". Veremos.
“O eterno marido”, Fiódor Dostoiévski, tradução de Boris Schnaiderman editora 34, 2a. edição (2003), brochura 14x21cm, 210 págs. ISBN: 978-85-7326-283-4
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Raquel Lima 17/06/2010

Gostei muito desta resenha...
Esta resenha me convenceu a dar de presente o livro para uma amiga, então, tomo a liberdade de transcreve-la:

"Alguns dizem que o livro é um dos livros mais leves de Dostoievsky, sinceramente não acho assim tão leve. Certos críticos dizem que o livro não tem muitas questões filosóficas e existenciais, mas vos pergunto se um homem do subterrâneo não é um homem com problemas filosóficos e existenciais. Para quem conhece o livro “Memórias do subsolo”, sabe muito bem do que estou falando. Veltchaninov é um homem do subterrâneo, entende-se então que ele tem problemas dos tipos aqui relatados sim.
Dez anos após tendo deixado sua amante para trás, sem saber se estava realmente gravida ou não, ele tende a encontrar o homem que ele traiu. Este por sua vez aparece com uma criança. Veltchaninov sabendo que Pavlovitch, o homem traído, tem uma filha, logo consegue imaginar que aquela seria sua filha.
A amizade que esses dois tiveram tempos atrás nos parece ter sido sincera para um lado. Quando eles voltam a se encontrar numa madrugada, em que nosso homem do subterrâneo não consegue dormir, finalmente Veltchaninov irá descobrir quem era o homem que o perseguia; ou como ele pensava, ele é quem perseguia este homem.
Neste momento do livro, um suspense começa. A conversa entre os homens vai fluindo, o encontro acaba-se, e a partir daí a neblina fica pairando sobre o livro. Sim, uma neblina paira sobre as linhas do livro, porque Pavlovitch é um irônico, fazendo temermos se realmente ele já sabe de tudo ou não. O modo como as conversas entres os dois homens acontecem é de suma importância serem lidas com toda a atenção possível.
Nosso querido Dostoievsky nos mostra alguns sintomas declarados por seu homem do subterrâneo em Memórias do subsolo, como quando Veltchaninov geme pelo prazer, em sabermos que ele é totalmente melancólico e doente, e ele também possui o gosto pelo paradoxo que creio ser típico do homem do subterrâneo.
Veltchaninov tem Pavlovitch como um “eterno marido”, mas depois vê que ele é sim um “tipo feroz”. Pavlovitch porém, declara-se como sendo um “eterno marido”. Posso terminar por dizer que este livro é sim uma leitura agradável de se ler e que em momento algum foi feito para nos entreter e sim, para aprendermos mais com os monstros que convivemos todos os dias. Assim dizia Veltchaninov:


“O mais monstruoso dos monstros é o que tem bons sentimentos”.

Site: http://literatura.interativo.org/livros/2006/03/o-eterno-marido

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Carla Valle 03/02/2010

Maravilhoso!!! Imagine o reencontro do corno e do ofensor, sendo o corno um sujeito dos mais repugnantes. O suspense da trama é ótimo e as notas de humor são sensacionais.
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