2001: a space odyssey

2001: a space odyssey Arthur C. Clarke...




Resenhas - 2001: A Space Odyssey


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Ricardo 03/04/2023

Uma ficção científica cativante
Comecei a ler o livro pensando no filme e fui surpreendido bom uma dinâmica diferente, um diferente gostoso. Aqui temos uma obra mais expositiva, as ainda assim traz mais perguntas do que respostas.

Interessante notar que o principal personagem desta obra não é uma personagem específica, mas sim toda a raça humana e sua jornada.

Uma leitura deliciosa que me prendeu, e deixou alguns belos questionamentos na cabeça.
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Lili Machado 24/10/2011

“Esta é apenas uma obra de ficção. A verdade, como sempre, será muito mais estranha.” - Arthur. C. Clarke
Os sentimentos e sensações dos homens-macaco que habitavam a Terra após a extinção dos grandes sáurios, é singular: “Não sabia que o Velho era o seu pai, pois tal relação estava muito para lá de sua compreensão.” “Ele não possuía uma verdadeira memória do passado e não podia, portanto, comparar um tempo com outro.”
Quando o monolito negro foi encontrado pela tribo dos homens-macaco, este começou a lhes comandar os corpos e pensamentos, analisando e avaliando suas reações e potenciais, incitando-os a preparar armas e usá-las contra os animais que os rodeavam, de forma a supri-los de comida e defendê-los dos inimigos – quem sabe, escolhendo as espécies que mais facilmente se adaptariam à evolução iminente ao homus erectus. Os que falhassem não teriam importância – bastaria apenas um único êxito, que conseguiria mudar o destino do planeta. Os aprendizes de caçadores perceberam que nunca mais precisariam ter fome.
O destino dos novos homens-macaco ainda era incerto, mas desenvolveram aptidões e habilidades, multiplicaram suas forças, aumentaram seus poderes de alcance, deixaram de ser indefesos. Seus dentes maciços diminuíram; os traços faciais se suavizaram; e a boca tornou-se capaz de produzir sons sutis.Suas mãos desenvolveram destrezas e seus cérebros evoluíram. “O Homem adquirira um passado e começava a tatear em direção a um futuro.” - tudo isso teria acontecido após o descobrimento do monolito negro.
No século XX, numa Terra entupida de gente, as estações espaciais tornaram-se necessidade premente para desafogar os recursos naturais do planeta. Nessas estações, os simples atos de comer e ir ao banheiro, tornaram-se operações que deveriam seguir à risca, instruções de segurança, de acordo com suas peculiaridades.
O livro foi escrito em 1982 – e a descrição que Arthur Clarke faz, do capacete “bloco-de-notícias”, não nos remete ao atual Facebook? Um a um, apareciam os títulos das notícias importantes, cujo teor podia ser consultado com mais calma, num clicar de dedos, atualizados automaticamente, à medida em que eram postados.
Na base localizada na Lua, após um vôo rotineiro de pouco mais de um dia, a comida era processada quimicamente e transformada em alguma coisa que lembrasse os pratos normais da Terra. Os aposentos individuais eram minúsculos e possuíam apenas o mobiliário mais essencial, embora agradável, com paredes que transformavam-se em painéis com paisagens terrestres.
Ffoi descoberto, também na Lua, o mesmo monolito negro, com 3 milhões de anos de idade, que, juntamente com seu irmão que os homens-macaco encontraram, constituíam-se na primeira prova da existência de vida inteligente fora da Terra. - e quem disse que a nossa forma de vida é inteligente? Vai saber...
Na nave Discovery, David Bowman e Frank Poole dividiam sua missão em direção a Júpiter, com o supercomputador HAL 9000 e mais 3 outros técnicos em estado de hibernação criogênica. HAL era capaz de reproduzir a maioria das atividades do cérebro humano, porém com maior velocidade e rigor. E todos os tripulantes da nave, viveram felizes até que, um dia...
É aqui que começa a verdadeira odisséia de David Bowman, o Dave, como HAL o chama. Com a famosa frase: “Temos um problema.”, Hal inicia a odisséia que a nave Discovery passará, com supostas e reais avarias, motim, dissimulação, enganos e arrependimentos. “Frank Poole seria o primeiro homem a chegar a Saturno.” Ainda me lembro do absurdo e do assombro da cena, no cinema. Interessante pensarmos o que será da humanidade quando nos encontrarmos escravos dos robots e dos computadores. Saberemos controlá-los e subjugar suas vontades cibernéticas? Conseguiremos, como Dave, efetuarmos manobras dissimuladas, para enganar suas mentes e nos livrarmos de seu jugo? Teremos o sangue frio suficiente para, se necessário, destruir seus chips de memória?
Quer dizer que o tal artefato monolítico tinha, na verdade, mais de três milhões de anos, portanto, tem a mesma idade do irmão encontrado pelos homens-macaco do início do livro. Eu, particularmente, concordo com a idéia do autor, de que somos parte de uma grande experiência bio-científica, perpetrada há milhões de anos, por extraterrestres muito, mas muito mais evoluídos do que nós. Estes teriam acompanhado o alvorecer da humanidade, o despertar das consciências. Teriam remexido no destino das espécies, e partido para a continuação de suas experiências em outros mundos, tais como seus antepassados fizeram, e seus descendentes o fariam.
Quando o bebê Dave regressa às suas origens do espaço real, direto das profundezas do monólito de cristal negro, ele sabia, sem saber, que não poderia lá permanecer – mas acabaria por descobrir alguma coisa. Era necessário renascer – seria uma metáfora de reencarnação?
O livro foi escrito nos anos 60, e publicado após a divulgação do filme, em projetos simultâneos a se complementarem. Nessa época, a exploração espacial se iniciava, com o primeiro passo do homem na Lua, em 1969 – que se deu após o lançamento das duas obras. Realidade e ficção interligando-se, os astronautas da Apolo 8 já tinham visto o filme, quando partiram para a Lua. E a Apolo 13, a tripulação ouvia a música-tema: “Assim falou Zaratustra.”
Partir para reler 2010, 2016, e 3001.
“Pois embora fosse o Senhor do Mundo, não sabia bem o que fazer a seguir. Mas acabaria por descobrir alguma coisa.” – Arthur C. Clarke
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Anica 09/08/2009

2001: a space odyssey
Eu não sei quantos de vocês já viram o filme de Stanley Kubrick, 2001: Uma Odisseia no Espaço. Reza a lenda que é o melhor filme de ficção científica de todos os tempos, opinião que eu não posso contrariar uma vez que essa nem é minha praia. Verdade seja dita, essa nunca foi minha praia. O fato de viver com um nerd acaba trazendo certas consequências, e uma delas é de quando em quando ler um sci-fi. Mas ok, eu acho que fico ali com o Philip K. Dick mesmo, não me leve à mal Arthur C. Clarke.

Nada contra espaçonaves e afins. É só que é descritivo demais. Obviamente eu fico pasma ao constatar que o cara conseguiu “profetizar” muito do que viria no campo das viagens espaciais, mas quando eu leio um livro eu espero mais do que a descrição de um quadro, digamos assim. E antes que comecem a atirar pedras: eu gostei do livro. Só não achei que seja um daqueles que mudaram minha vida após a leitura. Li porque a narrativa flui bem, porque tinha curiosidade e porque, diabos! Porque dizem que o livro explica aquele final wtf do filme.

2001… foi escrito ao mesmo tempo em que o roteiro para o filme era desenvolvido, com Clarke e Kubrick trocando figurinhas a todo momento. Ok, é o tipo de fato que não quer dizer muita coisa, mas quis comentar de qualquer forma porque dia desses estávamos comemorando os 40 anos do homem na Lua e aí fiquei aqui pensando com meus botões sobre como ambos se sentiriam sabendo que fazem parte de teorias de conspiração que alegam que o homem nunca esteve lá.

De qualquer modo, voltemos ao livro. Meus momentos preferidos (que fogem um pouco da mera descrição) são o primeiro capítulo (Primeval Night, e sim, eu li em inglês) que consegue passar de forma brilhante a simplicidade do que era o homem, ou melhor, o “primeiro” homem, e os com o HAL, que sim, é uma das personagens mais intrigantes da literatura - até por não ser humana. Só esses dois momentos já valeram a leitura, embora eu continue achando que esse tipo de ficção científica não faz bem meu estilo.
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