Davi.Paiva 03/04/2024
Excelente!
Link Amazon: https://amzn.to/3vz60Zv
Mais uma HQ cuja história começa com "meu primo comprou, li emprestado e gostei tanto que comprei um exemplar para mim".
Mas por que tanto gosto?
Posso começar falando pela própria figura e o peso do Capitão América no mundo dos quadrinhos. Se Superman, Batman e Mulher Maravilha são a trindade da DC, o Capitão com certeza é um dos integrantes de qualquer trindade da Marvel, cuja composição não é unânime (uns preferem Capitão América, Wolverine e Homem de Ferro enquanto outros podem preferir Capitão América, Homem-Aranha e Homem de Ferro. E há quem prefira o trio que começou a batalha final contra o Thanos: Capitão, Homem de Ferro e Thor...). Sua nobreza e virtude o colocam lado a lado com o Superman como um exemplo do que poderíamos ser se a sociedade não desse valor aos malandros que ganhem a vida prejudicando outras pessoas.
O Capitão América é a prova viva que é possível, sim, ter política em quadrinhos. E isso parte tanto da sua imagem patriota quanto pelos seus gestos que destoam do patriotismo que se espera dele. Duvidam? Então leiam "Capitão América Nunca Mais", quando ele abandona o uniforme e o escudo, ou a primeira Guerra Civil, quando ele foi contra uma lei do governo dos EUA que exigia registro dos super-heróis...
E é justamente a união dessa figura nobre com política que gera uma obra como "A Escolha", onde temos um possível final para a vida de Steve Rogers que vai se deteriorando por perda de efeito do famoso soro do supersoldado e usa uma habilidade nova de projetar a sua consciência para encorajar diversas pessoas pelo mundo. Em especial, um soldado em missão no Oriente Médio.
O roteiro de David Morrell é excelente! Não tenho adjetivo melhor para descrever. No texto, todo o drama do soldado que o Capitão ajuda é exposto, bem como os próprios sentimentos e desejo de Rogers de reconhecer que um Capitão América não fez um mundo melhor e por isso serão necessários vários "Capitães" para tal sonho ser alcançado.
A arte de Mitch Breitweiser (com cores de Brian Reber, que manda muito bem na palheta que define muito bem cada lugar pelas cores) é satisfatória e tem identidade própria. Não é algo no nível do Alex Ross, mas é realista dentro de seus parâmetros. Não é feita por Mark Bagley, mas percebe-se que algo padrão de quadrinhos. E acima de tudo, tem movimento mesmo sem linhas de ação. E isso é muito bom.
Portanto, se algum dia vocês já imaginaram como seria um fim digno para o Capitão América além do que foi mostrado no cinema em "Vingadores - Ultimato", não percam tempo imaginando: leiam "Capitão América - A Escolha", pois uma obra incrível os aguarda!
Recomendo!