Patricia Pietro 16/10/2021É um conto bem curtinho e divertido. Gostei de ler. Achei que o autor explorou bem a questão das peculiaridades que envolvem um bebê que nasce idoso, e vai rejuvenescendo ao longo do tempo, em uma marcha contrária à natureza humana.
Por exemplo, são bem exploradas pelo autor as questões que envolvem o nascimento de Benjamin, o pavor de quem presencia, e a vergonha que o pai sente ao imaginar o que outras pessoas dirão; o casamento com Hildegarde, a desilusão amorosa causada pela interferência diferenciada do tempo na aparência de cada um, e os comentários das pessoas sobre o improvável casal; a proximidade de Benjamin com o avô, no início de sua vida, e com o neto, ao final dela, de acordo com seu respectivo e peculiar estágio de desenvolvimento mental e físico no tempo, etc...
Achei engraçado, nos primeiros capítulos, algumas situações ocasionadas pela resistência do pai de Benjamin em aceitar seu filho idoso recém-nascido, principalmente quando ele pergunta ao balconista da loja se a cor do brinquedo que deseja comprar sairia caso seu "bebê" o levasse à boca, e também o sermão que deu à Benjamin quando descobre que este estava fumando charuto, em tenra idade, e diz que aquilo prejudicaria seu "crescimento".
No entanto, por ser curto, o conto deixa muitas coisas de fora, bem como não aborda outras com a profundidade que mereciam. Mas gostei mesmo assim.