J. Silva 27/03/2023
Linha do tempo inversa. O curioso caso de Benjamin Button
" A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas só pode ser vivida olhando-se para frente."
A frase acima que guarda notas de sabedoria não foi extraída do livro, mas sim do filme que possibilitou que a história de Benjamin Button, um homem que nasce com oitenta anos e envelhece ao contrário fosse redescoberta.
E, redescoberta porque essa celebre história foi escrita por F. Scott Fitzgerald em 1922.
Diferente do filme, o livro é curtíssimo e muito bem objetivo na descrição da vida de Benjamin, que nasce idoso e vai rejuvenescendo ao longo dos anos até chegar aos primeiros dias de vida. A bem da verdade, essa inversão da linha do tempo é bem melancólica, pois nada é fácil para quem nunca está no tempo certo.
E não há que se dizer que cada um faz o seu tempo. Não; cada estágio da vida, reclama uma idade, uma mentalidade e uma disposição. O livro mostra justamente isso, pois como uma criança irá lutar uma guerra, mesmo tendo experiência de alta patente? Como um idoso irá se comportar como uma criançinha quando seu paladar e sua cultura são aguçadas?
O livro trabalha bem os sabores e as dificuldades de cada fase da vida, o preconceito da sociedade, para com aqueles que não se encaixam no padrão da época e ainda, o conflitos de gerações. E acrescento, por minha conta, a relação pai e filho, que foi tratada de forma primorosa.
Embora de leitura rápida e linguagem acessível, o livro traz profunda reflexão sobre o tempo e a dinâmica da vida. E, a cada leitura poder-se-á extrair uma lição ou um pensamento diferente.
Enfim, indiferentemente de onde a linha do tempo parta, o resultado será o mesmo: nascer, crescer, reproduzir (produzir) e morrer, essa a lei imutável. ?