Um, nenhum e cem mil

Um, nenhum e cem mil Luigi Pirandello




Resenhas - Um, Nenhum e Cem Mil


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Raphael.Bottino 16/11/2024

Filosofia Caótica!
Trata-se de uma reflexão do personagem principal que, em alguns momentos, pode ser um pouco cansativa, apesar do ponto debatido ser muito válido.

Essa reflexão começa logo na página um, em que o personagem escuta que seu nariz é um pouco caído para direita, algo que ele nunca percebera até então.
A partir daí, ele percebe que esteticamente somos diferentes para cada um que nos observa, incluindo nós mesmos. Então, ele extrapola da estética para o campo da personalidade, pois nossas características podem afetar a maneira que as pessoas compreendem nossas ideias, pensamentos e até como nos expressamos. E não só isso, mas que alguns podem criar ideais de nós por quererem que sejamos de um jeito.

O nome do livro se dá pelo fato de que todos possuem uma visão diferente do personagem principal (cem mil), e que este não consegue enxergar de verdade quem é (nenhum), mas que estabelece como objetivo a criação de um ser único (um) que todos vejam da mesma forma. Para tanto, ele deve matar os seus diferentes "eus", ainda que isso custe tudo da sua vida.

A ideia filosófica é muito boa, mas a história não me agradou tanto assim.
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rabbitcaress 03/11/2024

"Diário de um louco" estendido
Uma faceta existencialista; ao contrário da angustia francesa em nausea e do apego religioso de kierkegaard, traz uma certa vivacidade, tipicamente italiana, tornando a leitura mais divertida e leve, apesar do tema denso de se lidar (espiritualmente). Boa fluidez.
rabbitcaress 03/11/2024minha estante
Deu 4 estrelas pq apesar de ter achado muito bom por algum motivo não me cativou tanto. Acho que gosto de mais peso




Marina684 15/10/2024

Bom porém repetitivo
O pensamento central do livro é uma ideia que me persegue desde a adolescência então eu fiquei muito entusiasmada pra ler e talvez por isso minhas expectativas estavam altas, eu adorei conhecer o autor e me rendeu bons pensamentos, mas esperava por mais, algumas reflexões são repetitivas.
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char_benji 05/10/2024

Moscarda é humano
Narrado por Moscarda, ?Um, nenhum, cem mil? mostra as múltiplas faces do humano, até aquela que ele não possui.

Quando percebe que as pessoas o vêem diferentemente de como ele se enxerga no mundo ? nariz tornto, orelhas grandes, talvez condescendente demais ? o protagonista se dispõe a investigar as nuances da sua descoberta. Uma vez que é conhecido como usurário pelas pessoas da cidade em que vive na Itália, filho preguiçoso de um antigo banqueiro, Moscarda começa a ver, realmente ver, sua vida noutra perspectiva.

Suas ações têm conclusões inesperadas, apesar de compreensíveis. Ele afirma que não é possível conhecer a si mesmo enquanto vivo, porque a vida é isso: estar em constante mudança sem nunca capturar a própria essência. Se é que há uma.

Embora o autor afirme que não têm a intenção de escrever uma história filosófica, o livro é interessante justamente por isso. Fica mais fluído após os 60%, mas as reflexões do início são importantes para entender todo o desenvolvimento. Pirandello foi genial ao escrever esse livro, mudando a rota da literatura italiana no século XX. Não obstante, continua relevante atualmente na medida em que nos põe a pensar sobre nós mesmos e nas diferentes faces que adquirimos por meio dos outros.
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Vivi Sousa 15/09/2024

Uma ótima reflexão sobre quem somos, mas a leitura ficou bem arrastada a partir da metade do livro, não fiquei empolgada para finalizar.
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Lis 25/08/2024

??
Moscada, é um herdeiro, vivendo uma vida aparentemente pouco reflexiva e um tanto monótona. A priori o narrador-personagem não têm anseios ou paixões até ser confrontado a ?olhar? para si mesmo. A partir de uma observação a respeito de uma característica facial sua apontada por sua esposa, e outrora nunca por ele notada, Moscada, o protagonista, embarca em um processo interno de autorreflexão. De início procura observa-se, e delonga-se no espelho, buscando uma autoanálise - que logo ele constata impossível.
O que ele enxerga de si e o que é percebido pelos outros é constrastaste, e agrava-se, pois, no decorrer da história é perceptível o pouco desenvolvimento do self pelo personagem.
Quem é Moscada? Moscada é o mesmo para todos, ou cada um o cria da sua forma? Essas e outras reflexões, surgem, e crescem, desenvolvendo-se até um estado que a sanidade do narrador torna-se questionável.
Falar dessa história é complicado, sem adentrar no seu desenvolvimento e acabar prejudicando a experiência de leitura. De certo, o tom narrativo é peculiar, nas primeiras páginas percebe-se uma interlocução que não fica clara a quem é dirigida, e essa escolha, também, é um fio condutor da narrativa, somado com sua constante reflexão ?filosófica?. Em certos momentos, os trechos podem ser confusos, acredito que pelo caráter de originalidade da angústias do personagem que apesar de, em menor medida, serem universais, por ele são bem elaboradas e rebuscadas.
O valor dessa obra está em seu potencial de diálogo, é um livro que tem muito a crescer se lido em dupla ou grupo, pois vale a pena pensar e conversar sobre ele. Afinal, há muito espaço para divergências e intertextos. Mesmo sendo curto, a história pode ser lida vagarosamente, meditando sobre seus parágrafos ou devorada caso embarque na aflição do protagonista. De toda forma, recomendo a leitura, uma surpresa agradável, primeiro contato com o autor, que inclusive já foi premiado com o Nobel.

Obs: acredito que estudantes e profissionais da filosofia, psicologia, psiquiatria e entusiastas das temáticas desses campos do conhecimento vão se beneficiar muito dessa obra.
Jvcsantanna 25/08/2024minha estante
Resenha muito boa! Esse livro realmente é sensacional




Jvcsantanna 25/08/2024

Brilhante!
Luigi Pirandello, ganhador do Nobel da literatura, é um escritor brilhante e incansável. Escreveu 6 livros de poesia, 7 romances, e simplesmente 244 novelas e 44 peças de teatro. Viveu para escrever e conseguiu fazer isso com maestria. "Um, nenhum e cem mil" foi o último romance escrito por ele, e levou 15 anos para ficar pronto. Foi o primeiro livro que li do autor e se tornou um dos meus livros preferidos.

A história é contada da perspectiva de Vitangelo Moscarda, um homem que herdou grande fortuna e tem seu patrimônio gerido por dois amigos, pouco se envolvendo nos negócios deixados por seu pai, o falecido dono do banco da cidade. É casado, e simplesmente vive o dia a dia em uma vida confortável, sem grandes preocupações, aspirações ou reflexões. Um dia, Moscarda está em frente ao espelho com sua esposa e ela faz um comentário inocente, que para a maioria das pessoas poderia passar desapercebido. Ela pergunta para nosso protagonista se alguma vez já tinha notado como o nariz dele é um pouco torto para a direita. Moscarda, que nunca tinha notado isso, se vê diante de uma importante questão existencial: a imagem que temos de nós mesmos é completamente diferente da imagem que os outros têm de nós. Essa revelação, que já pode ter passado pela nossa cabeça em algum momento, se aloja de forma tão profunda em nosso protagonista que ele passa a rever toda sua noção de realidade e de identidade, evoluindo pouco a pouco em sua loucura.

A história é conduzida com uma construção de texto brilhante, envolvente, por vezes angustiante e engraçada, que leva o leitor à uma aproximação muito interessante (e algo perigosa) com a loucura do personagem. O estilo narrativo engloba momentos de interlocução, não ficando claro com quem, mas a sensação é que seja com o próprio leitor. Essa escolha é um importante elemento para a história e nos ajuda a acompanhar, de forma gradual e didática, o encadeamento de reflexões que fez Moscarda abandonar sua noção de identidade, deixando de ser Um, para se tornar Nenhum e, após, Cem mil.

É um livro que possibilita muitas discussões sobre identidade, realidade e loucura. O personagem evolui em seus pensamentos de forma bastante lúcida e crítica, e conseguimos entender perfeitamente o seu processo de adoecimento mental. Na realidade, acabamos achando que o protagonista "louco" é mais lúcido que nós, mas se permitiu pensar mais a fundo sobre algumas questões. O leitor têm a sensação de que pode enlouquecer junto durante a leitura, pois os limites entre sanidade e loucura são tênues, e são postos de forma ainda mais estreita nesse livro. Acredito que seja uma leitura que agrade quem gosta do estudo da mente e da psicopatologia, e que a experiência literária cresça bastante ao ser compartilhada, pois é um livro que desperta o desejo de conversar sobre a história e as reflexões provocadas. Uma obra bem conduzida do início ao fim.
Lis 25/08/2024minha estante
Uma indicação de peso, meu bem!
Resenha excelente, sobre uma obra que tem muito a ser debatido.




Isabel681 23/07/2024

O pior
Eu não sei apontar qual o problema com este livro. É possível que eu não tenha entendido, que eu não tenha capacidade. Ou pode ser que seja apenas muito ruim mesmo, pretensioso, insuportável, claramente escrito por um homem que fez uma reflexão que toda garota pré-adolescente fez, e embarcou em uma piração completa como se fosse uma ideia não apenas original, mas genial. O que definitivamente não é.
Péssimo.
Marina684 15/10/2024minha estante
mds tens toda razão! eu gostei das reflexões mas a todo tempo pensava "tá mas toda adolescente já passou por esse pensamento"




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Rafael.Rovath 13/07/2024

Um, nenhum e cem mil
Este livro traz uma abordagem interessante: como você é visto pelos outros? Quem é você, na visão do outro? Como é você, vivendo?

A partir dessa problemática, fica a pergunta: quem sou, afinal? Não sou um, pois sou percebido como cem mil outros pelas diferentes pessoas com quem me relaciono, e sou, por consequência, nenhum em específico.

O narrador tenta construir um eu Uno, que seja para todos um mesmo, ou pelo menos aquele que ele entede que é e que gostaria que fosse percebido pelos outros.

"Como suportar em mim este estranho? Este estranho que eu mesmo era para mim? Como não o ver? Como não o conhecer? Como ficar para sempre condenado a levá-lo comigo, em mim, à vista dos outros e no entanto invisível para mim?"

Recomendo a leitura.
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leioeconto 13/07/2024

Um, nenhum e cem mil
Vitangelo Moscarda, herdeiro único do banco da cidade, vive confortavelmente com a esposa Dida, do fruto do trabalho de seu pai. Sua única função é assinar documentos quando solicitado.

Tudo ia muito bem até que, um dia, Dida faz uma observação de que o nariz dele é torto, "cai para a direita". Após essa observação, seu mundo desmorona e tudo que ele acredita saber sobre si cai por terra.

"Fixou-se no meu pensamento a ideia de que eu não era para os outros aquilo que até agora, dentro de mim, havia imaginado que fosse." (pág. 16)

A partir dessa observação da esposa, começam em Moscarda uma série de reflexões filosóficas. Ele conclui que não somos capazes de "nos ver vivendo" e cada pessoa vê uma versão diferente de nós. Podemos ter tantas versões quanto o número de pessoas que conhecemos. Era até doloroso pra ele pensar na possibilidade de ser não apenas "um", mas também "nenhum" ou "cem mil".

"Os outros me conheciam, cada um a seu modo, segundo a realidade que me haviam dado; isto é, cada um via em mim um Moscarda que não era eu - não sendo eu, propriamente, ninguém para mim - tantos Moscardas quantos eles eram, e todos mais reais do que eu, que não tinha para mim mesmo, repito, nenhum realidade." (pág. 65)

Moscarda passa a se envergonhar até mesmo de ter herdado o banco de seu pai e ser chamado "usurário", algo que nunca o havia incomodado antes. Ele começa então a tomar algumas medidas para mudar a visão que as pessoas tem sobre ele. Medidas essas que tomaram um rumo completamente inesperado.

"... as consequências de suas ações os circundarão como espirais e tentáculos; pesa-lhes em cima, em volta, como um ar compacto, irrespirável, a responsabilidade que, por aquelas ações e por suas consequências - ainda que indesejáveis e imprevistas -, vocês assumiram para si. E como poderão libertar-se?" (pág. 88)

Algumas situações e reflexões são até cômicas, eu diria, mas esse não é objetivo do livro. O livro trás questões profundas e complexas como percepção da realidade e crise de identidade. Alguns trechos precisei reler duas ou três vezes para entender, mas valeu a pena. Em outros momentos, o personagem se tornou repetitivo, mas nada que atrapalhou o desenvolvimento da leitura, pois acredito que fazia parte da obsessão dele na busca em compreender seu verdadeiro eu.

Como eu disse, não é um livro tão fácil de ler, mas vale o esforço. Foi um dos melhores livros que li na vida! Todo mundo precisa ler esse livro! Foi sensacional! Luigi Pirandello foi um gênio!

site: https://www.instagram.com/leioeconto/
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Fahrenheit 451 29/06/2024

Um, nenhum, cem mil
Reflexão filosófica intensa sobre o que somos, como nos vemos e como achamos que o outro nos enxerga.
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Pedro3941 26/06/2024

Opiniões externas e realidade?
O livro, vencedor do Nobel de literatura, de 1926 foi escrito na perspectiva de orientar as pessoas da cidade sobre seus delírios quanto a opiniões externas? entretanto, não consigo imaginar um livro mais atual contextualizando-o no ambiente das redes sociais.

Uma experiência incrível, várias emoções, reflexões próprias e aprofundamento no próprio vazio, esse livro proporciona o melhor que um livro pode oferecer!
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Sarah587 26/06/2024

Um, nenhum e cem mil ??
"Eu não sou um autor de farsas, sou um autor de tragédias"
"Não se vive com os olhos abertos, vive-se cegamente"
Confuso para entender algumas partes, difícil para interpretar, mas foi incrível. Demais. Um romance curto e louco.
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Zorro_do_cerrado 24/06/2024

Um baile de narrativas
"Eu sou vários! Há multidões em mim. Na mesa de minha alma sentam-se muitos, e eu sou todos eles. Há um velho, uma criança, um sábio, um tolo. Você nunca saberá com quem está sentado ou quanto tempo permanecerá com cada um de mim" - Nietzsche
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