Resenhas -

Daniele 11/07/2021

Crucial e chocante
A leitura nos encaminha para o pensamento feminista negro, mostrando o quanto o feminismo branco foi disseminador do racismo no final do século XIX. Muito importante entender mais visões para não cair nas garras do racismo e do sexismo ao lutar por condições igualitárias. Angela escreve em uma época em que o socialismo ainda tinha uma parte de força sobre o capitalismo. Hoje, a partir do pouco conhecimento que tenho, não consigo enxergar o socialismo como uma saída. Ainda me parece uma utopia acreditar que o socialismo é uma salvação ao capitalismo, embora eu creia que os grandes problemas da sociedade atual seja sim fruto do capitalismo monopolista.

Lucikelly.Oliveira 08/07/2021

Necessário para mulheres brancas feministas
O feminismo sem luta de classe e raça não passa de modismo pra mulheres das classes sociais mais abastardas. O feminismo pra a burguesia virou um movimento apolitico, esvaziado das demandas que de fato mudam a vida das mulheres negras e da classe trabalhadora.

Samira_santos 22/05/2021

Me surpreendeu positivamente
Muito satisfeita em ter lido este livro, só não estou mais por conta de achar que eu poderia ter lido com mais qualidade, mais calma. Enfim, o fato é que li e foi um pouco diferente do que eu esperava.
E o que eu esperava era uma leitura como Mulheres que correm com os lobos, O conto da Aia e por aí vai, mas o que eu não sabia era que Mulheres, raça e classe, não tem o foco apenas no feminismo e além disso a leitura em si, é bem mais simples do que a dos livros supracitados.
Angela Davis é indiscutivelmente um ícone do ativismo, uma mulher de extrema inteligência, coragem, dotada de diversas experiências e talvez por tudo isso eu, inconscientemente, esperasse um livro altamente complexo. Apesar de não ser complexo, anda longe de ser simplista. É ponderado na medida exata para se fazer entender sem grandes dificuldades.
O livro é cheio de relatos sobre a escravidão nos EUA, como eram as condições de vida dos negros, como a sociedade escrava se organizava. Também contém trechos relativos ao início da luta do feminismo pelo direito ao voto, expondo a posição da mulher negra nesse processo. É incrível ver como o racismo se apresenta mais grave que o machismo e quando se apresenta junto a ele, seus efeitos são os piores possíveis. Angela Davis fala de tudo isso com exímia maestria. Trata-se de um livro consideravelmente curto e bastante rico. Eu diria que é uma leitura obrigatória, para todos.