Todos aqui já devem saber que sou apaixonada por fantasia, mitologias e infantojuvenis, mas acima disso sou uma das fãs do trabalho de Riordan. Tanto que não resisti em fazer um projeto de releitura só para ter o prazer de reler a série "Percy Jackson e Os Olimpianos" e resenhá-la aqui no blog. O problema é que os livros do Riordan foram feitos para ler um atrás do outro e havia prometido que só leria a nova série quando tivesse todos lançados. Plano que veio abaixo lendo o primeiro capítulo do livro três, lançamento recente da Intrínseca. Sendo assim cá estou depois de ter lido os três primeiros em uma tacada só. E você confere essa semana as três resenhas da série.
Novos personagens, o mesmo universo expandido e enriquecido com a versão, o aspecto romano da mitologia grega. Riordan consegue unir os dois lados de maneira sutil e inteligente com uma trama mais complexa, com personagens mais adultos e uma nova profecia que promete desde o começo ótimos momentos. Tudo começa com Jason despertando em um ônibus escolar a caminho de uma excursão. Ao seu lado Piper e Leo, sua namorada e seu melhor amigo. O problema é que Jason não se lembra de nada. E para piorar assim que chegam ao cânion os três sofrem um ataque. Os instintos de Jason falam mais alto e mesmo surpreso consegue defender seus amigos. Ele já esteve em situações de risco e aparentemente sabe voar. Quando reforços chegam em pegasus Jason não consegue entender mais nada. Levados ao acampamento meio-sangue por Anabeth os três são inteirados de sua condição de meio-sangue. O problema é que alguma coisa na mente de Jason diz que aquilo está muito errado. Ele não deveria estar ali. E Quíron parece concordar. Jason usa termos romanos, tem uma arma romana e uma tatuagem romana. Anabeth e Quíron sabem que algo muito sério está acontecendo, com Percy desaparecido e a chegada dos três semideuses está claro que a grande profecia dos sete está começando a se realizar. Monstros e mortos estão despertando, Hera está desaparecida e aparece presa nos sonhos de Jason. Algo revolve na terra e com o Olimpo fechado os três precisam partir em uma missão desesperada para resgatar a senhora do Olimpo antes que seja tarde demais...
A história começa ai. A chegada de Jason, um semideus diferente do que todos estão acostumados e com o sumiço de Percy. A situação de deuses e semideuses parece mais complicada do que nunca após meses de calmaria depois da segunda guerra com os titãs. Muitas coisas mudaram no acampamento, mas a chegada de Jason é o anúncio de que a derrota dos titãs enfureceu forças ainda maiores. Com uma narrativa fluida, repleta de ação e bom humor Riordan desenrola com facilidade a trama que une romanos e gregos nessa nova ameaça. Dois aspectos de uma mesma mitologia que são apresentados de modo objetivo e interessante. E ainda entremeados pela presença de Jason, que surge não apenas como filho de Júpiter/Zeus, mas como o ponto de partida da profecia e base para o desenrolar das informações da versão romana da história.
Estava curiosa para ver como Riordan se sairia narrando na voz de adolescentes mais velhos e não me decepcionei. O acampamento mudou bastante com os novos chalés e com nossos velhos conhecidos mais adultos. Ao dividir a narrativa entre os três personagens principais dessa missão a história ganhou amplitude e de certa forma ficou mais densa. Outro detalhe que vale observar é a intenção do autor com essa divisão. Algo indica que dessa vez Riordan vai se permitir uma abordagem mais adulta da profecia, mais complexa com reviravoltas e tramas mais intricadas. Ao nos apresentar três personagens em suas próprias vozes ele consegue mais espaço para desenvolver a personalidade, os medos, as expectativas e a visão de cada um dessa profecia e da nova guerra que vem por ai.
Jason é um personagem mais interessante do que imaginei. A princípio como todo leitor de Percy sabia que não ia gostar de Jason, mas ele surpreende e se mostra bastante perspicaz, adulto e inteligente. Vale lembrar que ainda não temos uma visão do Percy pós guerra, mas que é estranho ver Jason como um forte personagem é. Estou curiosíssima para saber quantos livros vão ter a série e principalmente o que aconteceu com Percy nessa mudança. Ao longo dos capítulos fica claro onde Percy está, mas foi inquietante ver que não teríamos nem um relance dele nesse livro. O final foi ótimo e melhor ainda foi como o autor liga Jason ao acampamento e a um dos campistas. A pista estava lá, a anta aqui só percebeu na hora de surgiu. Enfim.
Leitura rápida, de ritmo forte, instigante e criativa. Riordan reinventa mais uma vez a forma de contar histórias e reconstrói seu próprio universo, fechando pontas antigas que foram bem colocadas e deixa seu universo ainda mais notável. A edição da (...)
Termine o último parágrafo em: http://www.cultivandoaleitura.com/2013/05/resenha-o-heroi-perdido.html