Gabi 09/01/2014Um Vampiro, Um Médico Excepcional, Um Mostro MisteriosoDrácula: O Vampiro Mais Famoso do Mundo
Drácula foi o início de tudo; foi o Conde que inaugurou o vampirismo, a cor pálida e os olhos vis, os dentes afiados e a sede de sangue, os poderes de se transformar em morcego e de hipnotizar, a aversão ao alho e aos objetos sagrados, as impossibilidades de entrar em uma casa sem ser convidado e de cruzar água corrente. Foi com Bram Stoker que essas ideias surgiram e se espalharam pelo mundo, influenciando filmes e seriados até os dias presentes.
Drácula é o Conde que vive em seu castelo na Transilvânia, aterrorizando os povoados vizinhos, alimentando- se de sangue e dormindo em seu caixão quando a luz do dia ofusca seus poderes. O Conde viveu assim, em meio aos lobos e a escuridão, séculos, até que decidiu ampliar seu cardápio indo para Londres. Todavia, o Vampiro acaba escolhendo as vítimas erradas, cujos amantes de amigos vão jurar ir até o inferno, se for preciso, para vingar o "sanguessuga maldito".
Seria impróprio dizer que "Drácula" é um livro péssimo, porém creio ser uma história difícil de agradar, principalmente quando as expectativas sobrepujam a realidade. Não vou mentir: eu esperava muito mais do vampiro mais famoso do mundo. É, aos meus olhos, uma trama fraca para um sucesso tão imenso. Bram Stoker usou e abusou de adornos desnecessários e da linguagem altamente sofisticada - fatos que deixam o livro com um aspecto um tanto quando enfadonho.
Não obstante, considerando a época em que o livro foi escrito - 1897 - é revolucionário, e, os amantes férreos da literatura, da filosofia e da psicologia, são fortes candidatos a apreciarem a leitura rebuscada - a qual exige paciência e coragem para não deixar páginas faltando.
Quem nunca ouviu falar em Frankenstein?
É muito difícil encontrar alguém que nunca tenha escutado este nome. Todos sabem quem ele é e qual a sua história. Todos sabem que o monstro verde e torpe foi criado por um médico maluco, à partir de um experimento.
Para tanto, espero não decepcionar ninguém ao dizer que, tudo o que conhecem - ou pensam conhecer - é, em parte, mentira. É por essa razão que convido todos os indignados - por terem sido enganados - a lerem o "Frankenstein" original, de Mary Shelley.
Entretanto, é importante que eu os alerte: não é um livro tão fácil. às vezes, Shelley dá tantas voltas, que se o leitor não estiver atento, perde a história, e, consequentemente o interesse pelo livro. Além disso, se faz necessária a presença de um dicionário.
Victor Frankesntein, desde sua infância se interessou, profundamente, por livros escritor por alquimistas. Passou a estudá-los com afinco, e mesmo que seu pai e seus professores o alertassem da parda de tempo que seria ter com ideias ultrapassadas e absurdas, o jovem rapaz não desistia. Dedicou muitos anos de sua vida às pesquisas - inclusive procurou pelo elixir da vida - porém, todas elas sem o ínfimo sucesso. Foi assim, diante de seu fracasso, que Victor, não só abandonou suas experiências como também passou a sentir repúdio por seus antigos ideais.
Não obstante, as envilecidas crenças vieram novamente à tona quando Victor foi mandado a uma universidade na Inglaterra. Foi aí que seus experimentos tornaram-se mais sólidos e a conjetura de criar um ser perfeito, à partir da matéria inanimada, surgiu.
Trabalhou nisso durante muitos meses, deixando até de dormir e comer - atitudes que deram à ele uma aparência deplorável - para terminar seu lúgubre projeto.
Contudo, o Sr. Frankenstein estava fadado à desgraça: o ser que criou poderia ser maior, mais ágil e mais resistente, poderia ter dentes e olhos perfeitos, mas nada compensaria o fato de que era um monstro. Uma aberração. O "demônio".
Apavorado, Victor fugiu da própria monstruosidade que criara, e não tornou a vê-la durante dois anos.
Nesse ínterim, o monstro viveu nas sombras, escondido, com medo de que a sociedade não o aceitasse - todos que era privilegiados com a infernal vista, ou saíam correndo, ou o atacavam. Sendo assim, aprendeu a viver sozinho, embora o que mais desejasse era ser benquisto. A criatura era sensível, e sofreu por ter a solidão como sua única companheira.
No entanto, a realidade tomou outro rumo quando Victor e o Sr. Demoníaco se reencontraram; e ao ser rejeitado mais uma vez por seu criador, o Ser Nefasto passou a alimentar um novo sentimento: sede de vingança.
O "Frankenstein" original é muito diferente da história mais conhecida popularmente. O monstro não é verde, nem estavanado, e está longe de ter medo do fogo. Ele é ignóbil, execrável e deformado, mas substancialmente, não é perverso. É um ser que, como qualquer outro, não aprecia a solidão e almeja ser aceito pela humanidade.
Mesmo depois de cometer inúmeras atrocidades - em nome da vingança a Victor Frankenstein - o "Demônio" surpreende, sentimentalmente, os leitores com um desfecho inesperado.
Quem tem paciência para ler, vai amar este Clássico do Horror.
O Médico e o Monstro: Um mistério audaz que beira o desatino
Se a intenção de Robert Louis Stevenson era ser diferente, ele conseguiu. "O Médico e o Monstro" não é terror, nem suspense. É uma mistura, perfeitamente harmoniosa, dos dois gêneros.
O grandioso mistério da estória é Edward Hyde - um sujeito de estatura baixa, desonroso, com aparência peculiarmente desagradável e com um vil brilho nos olhos. Tem liberdade total para entrar na casa do renomado médico, Henry Jekyll, quando bem entende, e, por fim, desmerecidamente, é herdeiro legal de todos os bens do bondoso amigo.
O advogado Utterson Gabriel não foi o primeiro a notar que havia algo errado nessa história. Não obstante, sendo companheiro de longa data do médico, decidiu esquadrinhar o sórdido Hyde - e a cada dia, a cada carta, e a cada circunstância, mais Utterson sentia-se confuso e longe de uma solução.
Entretanto, toda a verdade um dia vem à tona; a ligação entre Hyde e Jekyll é, para a surpresa de muitos, estritamente próxima, assustadora e, acima de tudo, INIMAGINÁVEL.