Izabela 14/04/2020
Mas afinal, o que é coisa de mulher? Esse livro me surpreendeu muito e, definitivamente, ele de fato é algo de mulher... ou melhor, é um livro feito para mulheres. Mais que isso, ele se parece muito com uma conversa entre amigas. Conversa essa que é importante e necessária, mas nem sempre fácil. Precisamos falar sobre sororidade e precisamos disso para ontem. Maíra faz isso com maestria em sua estreia literária e o livro mais se parece um vídeo de seu canal, o que achei fantástico. Exatamente por isso, o livro ficou com cinco estrelas e mereceu muito bem cada uma delas. Não tenho como descrever uma sinopse para você, afinal, não estamos falando de um livro de histórias, mas sim de um livro que explica muita coisa por trás de muitas histórias. Coisas da nossa vida, coisas que vivemos diariamente e que lutamos para mudar e para que sejamos mais respeitadas. Porque sim, vivemos em um mundo machista.
Maíra usa de suas vivências para explicar coisas que já estão entranhadas em nossa sociedade, mas que são completamente erradas e que muitas vezes aceitamos "porque o mundo é assim". O mundo, assim como as pessoas que vivem nele, pode mudar. E é sobre isso que conversamos em geral durante a leitura do livro. Usei a palavra conversamos porque, como comentei antes, o livro te faz querer pensar e debater e você acaba fazendo isso com o próprio livro. Em muitos momentos me peguei respondendo as perguntas que eram feitas durante a narrativa e logo vinha uma resposta escrita e, com isso, a leitura foi ainda mais gostosa e fez ainda mais sentido. Inclusive, acredito que esse seja um ótimo livro para clubes de leitura e para combinar de ler junto com as amigas.
O livro é para quem quer aprender mais sobre o que é ser mulher na sociedade em que vivemos e o que podemos (devemos!) fazer para mudar o tanto de coisa machista que vivemos. O livro vai transformar o mundo em um passo de mágica? Não. Mas o livro muda pessoas e, como bem sabemos, pessoas mudam o mundo. Com isso, falamos sobre como coisas de "mulherzinha" são sempre ligadas a fragilidade, sobre como vivemos com medo pelo simples fato de sermos mulheres, como muitas vezes no trabalho e na vida temos que trabalhar o dobro para que prestem atenção no que estamos fazendo e ainda para que a gente receba o devido valor. O livro ainda usa de fatos, séries, filmes, músicas e bandas atuais e de quando éramos mais novas para abordar os temas e fazer com que tudo faça sentido.
Em resumo, já está bem claro o quanto que indico. Mas, por favor, entenda que não é um livro para se distrair do mundo e ficar sem preocupações. Muito pelo contrário! É um livro que te faz pensar (viva!), que te faz ter medo, mas, ao mesmo tempo, vontade de lutar por direitos e tudo mais.
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