Resenhas - O Monge Endinheirado, A Mulher do Bandido e Outras Histórias de Um Rio Indiano

Marcos Faria 24/02/2015

Não preciso nem comentar o título em português, né? Bem, a autora promete e entrega um Sutra, um rosário cujas contas são conectadas uma a uma pelo narrador, um velho burocrata que quer se desligar do mundo, e pelas pessoas que encontra e lhe contam histórias diversas. Ao contrário do que se poderia esperar, não é um pastiche das Mil e Uma Noites. Não há gênios nem outras maravilhas. Mesmo nas histórias que são marcadas pelo misticismo, este aparece principalmente na forma da ascese. O próprio conceito da ascese, aliás, é questionado em vários momentos e virado pelo avesso na última narrativa, onde todas as outras vão desaguar como o Narmada no Mar Arábico, carregando consigo os pecados de todos e trazendo a purificação.


site: https://registrosdeleitura.wordpress.com/2015/02/17/o-monge-endinheirado/

Joaquim 24/02/2020

Muito bom!!!
O texto é de uma profundidade desconcertante, e a o mesmo tempo consegue ser leve. Me prendeu do início ao fim. As histórias vão se conectando com uma perfeição maravilhosa. Indico pra todos que querem se aventurar na literatura indiana.

Fernanda 01/09/2021

Achei um ótimo livro para se ter um contato com a cultura indiana. A escrita e leve e muito fluida, recomendo a leitura para que tem interesse em outras culturas e quer aprender um pouco mais.
O livro nos trás a história de um senhor ex-burocrata que passa a viver em um bangalô próximo ao rio Narmanda e nos relata histórias de pessoas que passaram por lá ou que ele ouviu de outra pessoa. As histórias se conversam muito bem entre si e nos dão diferentes visões acerca da India.

IvaldoRocha 22/05/2023

Um romance onde o maior personagem é um rio, o Narmada.
Um alto burocrata indiano, após um ano da morte de sua esposa, descobre que existe uma vaga como responsável por uma pousada do governo, próxima ao rio Narmada, um dos locais de peregrinação mais sagrados da Índia. Tendo trabalhado a vida toda em cidades, resolve se afastar e viver na selva longe de tudo que sempre conviveu e se candidata a um cargo muito inferior ao seu. Os colegas tentam de todas as maneiras demovê-lo da ideia sem sucesso.

A partir daí passa a buscar conhecimento através das conversas que tem com viajantes, peregrinos e homens santos que vivem, ou passam próximo à pousada. Buscando conhecer cada vez mais o que leva as pessoas a tanto sacrifício, como surge tamanha fé e dedicação. Através de uma série de conversas, encontros e histórias que vão sendo contadas ao longo do livro você vai sendo levado pelas águas do Narmada.

Muito interessante, uma leitura leve e agradável que prendeu minha atenção apesar de ser um assunto que eu pouco conhecia.

O final simplesmente fantástico e inesperado.

Uma das histórias sobra a origem do rio Narmada, é a de que ele foi criado pela transpiração de Shiva quando realizava penitências no monte Riksha e por essa razão Narmada é considerado a filha de Shiva. Outra lenda diz que Narmada se originou das duas lágrimas que caíram dos olhos de Brahma o criador do universo, sendo uma o rio Narmada.

O rio Narmada também é adorado como a deusa-mãe Muktidayani, ou mãe libertadora.

Peregrinos realizam uma circunvolução do rio, partem da foz do rio desde o Mar Arábico, até a sua nascente nas montanhas Maikal e de volta ao longo da margem oposta do rio. O trajeto de 2.600 quilômetros, a jornada geralmente leva 3 anos, 3 meses e 13 dias e durante a peregrinação o rio não deve ser cruzado em momento algum.

Gita Mehta, nascida em 1943, em Dehli é filha de lendário líder político Biju Patnaik, sua família é reconhecida por sempre ter lutado pela liberdade. Cresceu na Índia estudou em Cambridge, jornalista e escritora teve seus livros publicados em mais de vinte línguas e estiveram várias vezes nas listas de best-sellers de todo mundo.

Altina.Magda 28/10/2023

Um livro com histórias d lugar. Bem indiano mesmo! A primeira história me emocionou e a última, creio q cada uma delas tem algum ensinamento, vale a pena a reflexão e a leitura.

Silmara Loureiro 04/11/2023

Livro de reflexões
Sem o Rabiscos e Retalhos eu jamais teria lido esse livro. Um livro escrito por uma indiana que faleceu recentemente, ao ler senti como se fosse uma homenagem a vida dela. Me peguei refletindo sobre tantas coisas da vida, o que é ser um monge? Que Rio Narmanda é esse? E a cultura da Índia? Não foi um dos melhores livros mas foi um livro OK!