AleixoItalo 30/12/2023Em algum momento do curso de biologia, o estudante se depara com a informação – já bastante difundida – de que os dinossauros não foram extintos, mas sua linhagem sobreviveu no que são hoje as aves modernas. Isso se dará durante o estudo da sistemática filogenética, área da biologia que separa os seres vivos em grupos de acordo com seu parentesco evolutivo. Se isso por si só, é uma baita confusão, imagina lidar com a informação de nós somos um tipo de peixe!!!
Há séculos, temos o conhecimento de que todos os seres vivos são oriundos de alguma forma de vida ancestral e portanto todas as formas de vida são interligadas, a grande questão que ainda fica é como representar essa árvore da vida e definir corretamente a posição de seus ramos e as relações de parentesco. Remontar essas ligações e entender como se deu esse processos, é o foco de sistematas, geneticistas e paleontólogos.
O livro de Neil Shubin não se aprofunda nesse assunto e percorre apenas superficialmente esse que é um dos temas mais interessantes da ciência, porém de uma maneira simples e muito intuitiva, ‘A História de Quando Éramos Peixes’ narra as principais estratégias que a vida tomou no curso da evolução. Mesmo com uma abordagem apenas introdutória, Shubin consegue esclarecer quais foram os principais problemas que surgiram ao curso da evolução e como os seres vivos lidaram com eles, soluções que se refletem até hoje nos nossos corpos. Através de órgãos, ossos e genes, vamos vendo como a vida foi sendo montada ao longo das eras e o que temos em comum com outros vertebrados e até grupos mais ancestrais.
A evolução é um ramo da biologia bastante amplo e complexo e mesmo para biólogos atuantes é sempre complicado entender as nuances e os mecanismos básicos de como ela opera. Livros assim são excelentes, não apenas para introduzir o básico aos leigos, mas também para repetir o mesmo básico aos versados, que muitas vezes se embrenham em pântanos lodosos e esquecem o básico.