Caminhos Cruzados

Caminhos Cruzados Erico Verissimo




Resenhas - Caminhos Cruzados


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Clarissa 13/11/2024

Caminhos Cruzados
A narrativa acompanha vários personagens no intervalo de poucos dias, na cidade de Porto Alegre, por volta dos anos 1930. Extremamente bem escrito, o livro denuncia as desigualdades sociais, põe a lume a hipocrisia e a futilidade da elite, escancara a falta de perspectiva dos pobres. O romance retrata uma época machista e racista, com traços que perduram até os dias de hoje. Leitura fluida e muito prazerosa.
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Marina.Castro.F 30/10/2024

A vida é monótona
A vida é monótona e por isso existem os romancistas. Essa é a reflexão final feita por um dos personagens desse livro. Eu sou apaixonada pelos livros do Erico Verissimo, e não foi diferente com Caminhos Cruzados. Adoro esse aspecto dinâmico do livro, com as diferentes perspectivas. No mais, personagens interessantes na sua monotonia, reflexões urgentes e uma linguagem incrível. Só não foi favoritado porque no início é um pouco difícil engatar com a leitura, justamente pela diversidade de personagens.
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Vitoria293 02/09/2024

Escrever histórias fragmentadas que juntam-se eventualmente é algo relativamente comum na literatura, mas fazer isso com a maestria de Veríssimo é algo raro. Ao mesmo tempo que os caminhos cruzam-se, nunca é algo completo, sempre há um suspense no ar, como se eventualmente fossem cruzar-se de novo com o desfecho de histórias indefinidas.
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cris 30/08/2024

Chegou ao fim a viagem a Porto Alegre de 1935
Finalmente depois de idas e vindas, terminei a leitura do romance urbano do autor Érico Veríssimo! Caminhos Cruzados conta uma história coletiva, mostrando uma sociedade brasileira de forma bem crítica, bem forte o contraste entre ricos e pobres, ressaltando os problemas enfrentado por cada camada social. E ao ser publicado em 1935, o romance chocou os críticos literários da época, os quais trataram a obra como imoral e subversiva.

Já de cara a gente percebe que a história se assemelha a uma novela com seus vários núcleos de personagens e que embora se cruzem, se relacionem, não se conhecem. Cada núcleo possui suas características, seus personagens, seu enredo. Embora muito diferentes, os personagens possuem algo em comum: a esperança que os move em busca de algo que nem eles mesmos sabem definir.

Percorrendo os caminhos dos personagens, notamos como Veríssimo escancara suas facetas. Uma certa senhora (esposa de Leitão) chega a ajudar constantemente a igreja apenas como o objetivo de publicidade.

A história é de João Benévolo, sempre na miséria, imaginando a todo momento o que faria se tivesse dinheiro, e Zé Maria que não sendo rico e apoderando-se de uma certa quantia, passa a fazer o possível para adentrar no imaginária dos ricos, dentre desperdícios e farras. O romance de Noel e Fernanda entrelaçam duas famílias, principalmente quando ela tenta tira-lo de seu mundo de literatura, de seu inconformismo com a realidade que não imita os livros. Entre outros

O livro me despertou o lado escritor, como o autor percorreu as narrativas abordados para um período complicado no Brasil! Na construção da personagem de Chinita marcada pela infinita paixão, inclusive nos trechos de lesbianismo com Vera, que
acredito que tenha incitado a opinião da época.

Nessa convivência dos diferentes, ressalta-se o enredo de Veríssimo. Vale a pena fazer essa viagem!
Gleison Marques 31/08/2024minha estante
Eita que tem uma miscelânea de histórias e personagens, adoro novelas de época, então talvez esse seja um bom livro pra começar mo gênero. Adorei meu bem!


cris 07/09/2024minha estante
Sim meu amor! Vamos adaptar para a TV kkkk... Um livro pra lê aos poucos eu acho... Recomendo




jessicalimao 15/08/2024

AMEI
Li esse livro há muitos anos atrás e não me lembrava de mais nada e...foi uma das leituras deste ano que eu mais gostei!
Alê | @alexandrejjr 15/08/2024minha estante
É que o Erico erra muito pouco, mas muito pouco MESMO!!




Carla.Parreira 14/06/2024

Caminhos cruzados (Érico Verissimo). Escrito em 1935, Caminhos Cruzados é uma obra pertencente à segunda geração do Modernismo brasileiro, surgindo em um período marcado por turbulências socioeconômicas de enorme relevância. Esta obra literária representa um posicionamento ideológico em relação à realidade do tempo, abordando temas complexos e multifacetados. A narrativa, enraizada em Porto Alegre, uma cidade em ascensão naquela época, descreve a evolução de um romance urbano e psicológico, em que se destacam diversos grupos sociais pertencentes a classes diferentes. A obra também explora a hipocrisia enfrentada pela sociedade, tradicionalismos familiares e a transformação dos centros das cidades. O livro destaca os contrastes sociais entre famílias pobres e ricas. Por exemplo, enquanto uma família celebra um festim, outra enfrenta o sofrimento devido à uma doença. O autor retrata a complexidade da realidade social e econômica de sua época, apresentando um panorama detalhado de uma sociedade em constante mutação e questionamento. Melhores trechos: "...Se os gnomos tivessem sexo, como ficaria complicada e feia a história da Branca de Neve! Os anões encontraram em sua casa a linda e inesperada visitante, deram-lhe de comer, cantaram e dançaram para ela... Simplesmente. Se fossem homens de verdade haviam de se espedaçar para ver quem ficava com Branca de Neve. Felizmente eram gnomos e o resultado de tudo foi um conto limpo. Se entre os homens da vida real fosse possível florescer histórias como esta, eles não decorreriam tão freqüentemente ao mundo da fantasia... Existem pobres porque Deus, na sua infinita sabedoria, quis experimentar os homens. Deu dinheiro aos ricos para ver se eles no meio da opulência não esquecem os desgraçados. Deu miséria aos pobres para ver se eles na sua desolação sabem guardar os seus santos mandamentos. Aí está. Há pobres porque deve haver contrastes: luz e sombra, alegria e tristeza, riqueza e miséria. Desse desequilíbrio é que nascem os poemas e os romances. Que belo assunto para uma crônica! Ou para uma palestra num baile! Ou num almoço... Todos temos direito a um pouquinho de prazer. Os ricos têm teatros, automóveis e rádios. Os pobres contentam-se com livros... Jesus Cristo era pobre. Os pobres, Ele disse, serão os primeiros a entrar no Céu... Fazia muitos anos que Marina deixara de ter ciúme. Bernardo vivia cercado de admiradoras. Ela ficava sabendo de quase todas as suas aventuras amorosas. Com uma confusa mistura de ironia, de condescendência maternal e ao mesmo tempo com uma absurda espécie de ressentimento, ela ‘protegia’ os amoricos do marido. Sabia que ao cabo das farras e das aventuras, Bernardo voltava para ela arrependido e lamuriente, com a boca amarga, os olhos injetados, a face mais vincada e cheio de protestos de regeneração..."
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Isadora 01/06/2024

Escolhi Caminhos Cruzados como primeiro contato com a obra do Érico Veríssimo e foi uma boa escolha e uma leitura muito proveitosa! A história traz um retrato, ou uma fotografia da sociedade na década de 30 e de seu cotidiano "comum" e escrachadamente desigual, quase como uma novela das 7h, mas sem tantos dramas e fofocas. A escrita é fluida, com períodos e capítulos curtos, e adorei a forma como o autor conseguiu desenhar os personagens e suas personalidades por meio das cenas corriqueiras de suas vidas.
Recomendo.
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Renan461 26/05/2024

História linda de um cotidiano comum onde os romances se passam em meio a tristeza e sofrimento das classes sociais. Recomendo a todos que leiam.
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denalyn 14/05/2024

Eu achei a premissa encantadora, mas no decorrer da história percebi que muitos capítulos pareciam ser mal pensados e que poderiam muito bem serem utilizados para um desenvolvimento maior das personagens. no entanto, gostei muito das histórias! adoro livros realistas e críticos.
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lucasfrk 11/05/2024

Caminhos cruzados ? comentário
?A vida, prezado leitor, é uma sucessão de acontecimentos monótonos, repetidos e sem imprevisto. Por isso alguns homens de imaginação foram obrigados a inventar o romance.? (p. 299)

(Trecho retirado de minha resenha no Medium)

Caminhos cruzados, segundo romance escrito pelo autor sul-rio-grandense, publicado em 1935, se insere dentro dum contexto onde o debate sobre o engajamento na literatura brasileira da década de 1930 era quase onipresente. Erico Verissimo, apesar de se inserir dentro da ficção social do período ? sendo também partícipe da segunda geração do modernismo brasileiro ? , ainda parece diferir-se um pouco das tendências neorrealistas. Aqui, o autor compõe, através de uma linguagem naturalista, uma história coletiva, que funciona como um panorama da vida na Porto Alegre dos anos ?30. É um romance urbano que traz uma abordagem bastante crítica da sociedade burguesa brasileira em pleno governo Vargas, mostrando um amplo contraste entre a riqueza e a pobreza e expondo os problemas em diferentes camadas sociais.
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Margô 01/03/2024

Contrapontos...e etc e tal.
Genial. Duas dúzias de personagens...rsss, encantos e desencantos a cada revelação.

Foi releitura. E desta vez não tive como não perceber o intricado tecido que compõe a rede social.

Os contrapontos entre as pessoas, as coisas que não queríamos para os personagens; Ricos e pobres trocando serviços, e inutilizando os dias. Os primeiros , por quê não dão conta da futilidade infinda, e os segundos, por ter cada dia como um pesado fardo .
Eu vi cada casa dos pobres como um cenário mais próximo da minha realidade. A vida dos ricos, também foi possível associar... com alguma dificuldade. Mas é uma obra de grande sensibilidade. Preciso revisitar o inesquecível Érico Veríssimo!
E eis que vem um final que é a cara da vida real. Gostei e recomendo.

Viva Veríssimo!
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booksdalaus 28/02/2024

Caminhos cruzados
Neste romance, Erico Verissimo narra episódios da vida de duas dezenas de personagens na Porto Alegre da década de 1930 e tece uma crítica incisiva aos desníveis sociais e à hipocrisia moral de nossa sociedade. Com apresentação de Antonio Candido e prefácio de Moacyr Scliar. Leitura obrigatória do vestibular da Unicamp.

Influenciado pela técnica de intrigas entrelaçadas e pela ausência de personagem principal da ficção de Aldous Huxley, Erico Verissimo escreveu Caminhos cruzados, tendo como cenário uma Porto Alegre onde já se confrontavam modernização e miséria, luxo e desencanto.
Sem narrar acontecimentos de vulto, o autor expõe o nervo da fragilidade humana. Sua capacidade de fabulação ainda hoje provoca impacto e lança um apelo à sensibilidade.
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Otávio - @vendavaldelivros 10/01/2024

“A vida, prezado leitor, é uma sucessão de acontecimentos monótonos, repetidos e sem imprevisto. Por isso, alguns homens de imaginação foram obrigados a inventar o romance.”

Vez ou outra, em momentos de distração da minha misantropia, me pego olhando para as pessoas na rua e imaginando como são suas vidas. Mais do que isso, como enxergam o mundo e como formam seus pensamentos. Cada pessoa é uma janela que se abre para infinitas possibilidades, mesmo que a esmagadora maioria das vidas, como as nossas, seja um caminho de monotonias.

Publicado em 1935, “Caminhos cruzados” é um dos primeiros livros publicados por Erico Verissimo e foi recebido como um estrondo, levando o autor ao interrogatório policial e marcando em sua carreira a imagem de comunista. Nele, Verissimo narra a vida de dezenas de personagens distintos, em uma Porto Alegre dos anos 30, ao longo de cinco dias (de sábado à quarta-feira).

Inspirado no livro Contraponto de Aldous Huxley, “Caminhos cruzados” não tem personagem principal, apresentando as cenas como elas estão acontecendo. Muitas vezes os personagens se cruzam, mas seguem suas próprias histórias, construindo seu próprio enredo.

A capacidade de construção de personagens de Verissimo era imensa, de tal forma que mesmo em um recorte tão curto e com tantos personagens criados, conseguimos enxergar, entender e conhecer todos. Mais do que isso, conseguimos ver suas almas, suas mágoas e alegrias. E, claro, tudo dentro de um contexto de crítica social única, que o autor sempre fez com maestria.

É impossível não se compadecer das dores da família de Maximiliano, o tuberculoso que conta suas horas para o final ou não odiar o casal Leitão Leiria. Escancarando as desigualdades de uma capital que crescia, Verissimo mostrava como elas impactavam na vida das pessoas, em suas dificuldades de alimentação e moradia. Talvez por isso, por expor a crueldade da desigualdade social, Verissimo tenha sido tão condenado.

Apesar de diferente no estilo, acho uma ótima porta de entrada para as obras do autor, principalmente por mostrar com muita clareza o quanto a desigualdade e a pobreza incomodavam o coração do escritor Verissimo. Espero que incomode você.
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