Caminhos Cruzados

Caminhos Cruzados Erico Verissimo




Resenhas - Caminhos Cruzados


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Biahhy 25/07/2018

Uma das grandes descobertas do ano
Assim como vários autores que compartilho a dica de livro com vocês, Érico Veríssimo ate então era um autor novidade para mim, já tinha ouvido muito falar, e tinha vontade de ler alguns dos seus livros mais famosos, mas ate então não tinha tomado coragem para ler, por motivos de: ficar pensando que a leitura seria chata, penosa para ler e que eu provavelmente não iria gostar.





Ate que decidi que iria pegar um livro dele para ler nas férias, não importasse quanto tempo eu iria demorar para ler e como seria a leitura, quando peguei Caminhos cruzados para ler, não sabia sinopse, não sabia nada a respeito do livro, apenas peguei um dos primeiros que estava na frente e era menor. Se eu soubesse o que me esperava, teria pegado todos os livros para ler.



Caminhos cruzados tem um diretriz se assim posso chamar diferente de outros livros que já li, normalmente costumo me impressionar muito quando leio livros de autores que tem sua própria maneira de escrever, Érico verissimo é um desses autores, que tem sua própria maneira de escrever, de descrever cada parte da historia e particularidade e criar uma historia cotidiana mas sem igual.

Gosto muito de livros que narram a vida cotidiana dos personagens, ainda mais quando se trata de coisa cotidianas e simples mas que acabam se tornando diferente, especial e fora do comum dependendo da situação.



Em caminhos cruzados, Érico verissimo cria uma historia que se passa em Porto Alegre assim como muitas outros livros seus que vieram posteriormente a caminhos cruzados e acompanhamos a cada capitulo diferente e intercalado a vida de famílias que passam por conflitos do dia a dia, do amor, da sobrevivência, da duvida, da incerteza, do coração, da tristeza. Não temos um protagonista, mas sim vários protagonistas em um livro só, a ponto de o leitor simpatizar com muitos deles, mas outros nem tanto, ao conhecer sua postura e sua vida.



O livro se passa em um período de cinco dias, mas em momentos diferentes do dia e da vida desses personagens, desde um dia que amanhece chuvoso e professor Clarimundo pensa sobre Einstein e sua xícara de café, ate Laurentina imaginando o que fara naquele dia, com aquelas goteiras na casa, seu filho doente e o marido desempregado.









‘’os desvaneios, as apreensões, os caminhos se cruzam e realçam para o leitor traços marcantes das personalidades em jogo, ‘’multifacetando’’ o ponto de vista, costurando imagens subjetivas que estão longes de uma pretensa objetividade pura, mesmo nesse momento [...]’’



(Trecho do livro- Cronica Literária)





Sabe aquela frase que muito se diz, apenas falamos, mas só conseguimos compreender as coisas sentindo, já ouviram falar? Esse é o sentimento inexplicável que domina o leitor ao ler esse romance sem duvida um dos mais bem escritos que já li de Érico Veríssimo. Um autor reconhecido e que se tornou um dos meus autores favoritos sem duvida alguma.

site: https://emmeioacalmaria.blogspot.com/2019/07/caminhos-cruzados-de-erico-verissimo.html
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Mayara Batista 07/07/2018minha estante
super entendo, apesar de ter amado o final e achado muito coerente com a realidade, também gostaria de saber mais sobre como cada personagem encontraria seu final :c


Isrrael Reis 18/07/2020minha estante
Sim!!! eu vi que o livro tinha terminado e fiquei tipo ????
Me deixou a impressão que ele deixou o livro inacabado. Ou por um ponto de vista mais viajado, ele quis deixar em aberto para que nós imaginássemos o desenrolar da trama de cada um (o que eu acho mais ou menos provável)




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Iara Mendes 09/12/2017

Surpresa
Meu primeiro contato com a escrita do Erico, e me apaixonei. História envolvente, real e por vezes triste. E é incrível como ele fez essa história maravilhosa com tanto homi bosta, pelo amor, se juntar todos não dá um. E mesmo assim eu amei o livro, não vejo a hora de ler mais Erico Veríssimo. Super recomendo.
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Erick 04/12/2017

Vidas que se cruzam ou Um Brasil sem Máscaras
Diria que esse é um dos melhores de Erico Verissimo, junto com I"ncidente em Antares". Aqui, Erico mostra toda a sua força e capacidade de prender o leitor desde a primeira página e de fazer profundas e ácidas críticas à respeito da sociedade brasileira e de sua organização. Aqui há a ausência de personagem principal ao qual, pelo contrário, são vários, cujo caminhos e histórias se cruzam em determinado ponto. E esses personagens se diferenciam entre si devido ao seus comportamentos, pensamentos e, principalmente, pela posição social que ocupam, desde os mais pobres aos mais ricos. É uma história muito impactante, emocionante e, acima de tudo, muito atual. Erico disseca e mostra todos os maiores problemas da sociedade, desde a hipocrisia, o falso moralismo até a desigualdade social de forma simples, séria e crítica. Uma obra essencial para entender o Brasil de ontem e de hoje, sem máscaras e sem rodeios, assim como tudo que Erico escreveu. Leiam!
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Ronaldo 24/10/2017

Observador de Sírio
Caminhos cruzados é escrito por Érico Veríssimo no período contemporâneo com governos totalitários e ditatoriais na Europa ocidental, até por isso, há um protesto mesmo que seje tênue para com estes governos (capitalismo), percebe-se isso na estória da família da desolada, frustrada e triste (principalmente depois do ganho na loteria) mãe Maria Luiza que percebe o que o dinheiro fez com sua família, percebe-se está crítica ao capitalismo tbm na família dos hipócritas Leitão Leiria e D.Dodó que enganam a si msms com gestos efêmeros pensando que livraram suas almas... porém esta obra é mt mais do q isso, extremamente ampla e abrangente, cruzam diversos personagens, com diversas histórias, que nos faz pensar sobre as nossas próprias vidas.
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ROBINHO 17/10/2017

Maravilhoso
Através de diferentes personagens que se enlaçam durante a narrativa, o autor faz um retrato de uma sociedade hipócrita, tipico de Érico Veríssimo. Recomendo a obra!
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Antonio Maluco 02/09/2017

Emocão a 1000
foi legal em saber que tantos as pessoas ricas e pobres tem o mesmo gosto em suas vidas
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Colégio Evolução 22/07/2017

Trata-se de um romance urbano do autor Érico Veríssimo, publicado em 1935. Conta a história coletiva, mostrando a sociedade brasileira de forma crítica, contrastando a riqueza e a pobreza, ressaltando os problemas enfrentando por cada camada social.
Ao ser publicado, o romance chocou os críticos literários da época, os quais trataram a obra como imoral e subversiva. Foi considerada uma obra comunista, ganhando a admiração dos seguidores desta ideologia e por outro lado, denegrindo a imagem do autor perante o governo Vargas, coincidindo temporalmente com a Intentona Comunista.
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Gabriel.Silva 10/03/2017

Esse é um livro de Erico Verissimo do qual eu não gostei muito,eu li outro livro dele que se tornou um dos meus preferidos,mas esse realmente não ficou na minha expectativa,na história tem vários personagens e eu gostei apenas de dois,os outros não me agradaram devido aos seus dramas,devaneios e suas traições,alguns chegam a ser complexos.Esse livro na minha opinião não superou 'Olhai os Lírios do Campo', que é o meu livro preferido do autor Erico Verissimo.
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Lucas 26/02/2017

Como pintar com palavras?
Ao longo de quase 70 anos de vida, o gaúcho Érico Veríssimo escreveu de tudo, literalmente. Dramas, romances históricos, fantasias, contos infantis, crônicas, novelas... Sua obra é uma das mais vastas que um autor brasileiro construiu e o mais interessante é que mesmo livros menos "famosos" de sua autoria são fascinantes. Assim como O Senhor Embaixador (1965), Caminhos Cruzados (1935) é uma obra que se encaixa neste padrão secundário em termos de popularidade da carreira de Érico, mas sendo um livro com uma narrativa encantadora e magnífica.
O autor soube como poucos descrever a sociedade gaúcha em um longo período de tempo, desde o seu primeiro romance (Clarissa, de 1933), passando pela aclamada trilogia O Tempo e o Vento (1949-1961) até Incidente em Antares, seu último trabalho relevante, publicado em 1971. É correto dizer que praticamente todas as turbulências sociais ocorridas no país, não só no Rio Grande do Sul, são relatadas em suas narrativas, repletas de fatos históricos e a influência destes na sociedade.
Caminhos Cruzados parte justamente deste princípio: uma "pintura com pistola automática", como o autor mesmo definiu anos depois, da Porto Alegre do início da década de 30, marcada pela ascensão do grande líder estadual Getúlio Vargas ao Governo Federal, com o Rio Grande do Sul sendo comandado por um dos seus aliados (àquela altura), José Antonio Flores da Cunha. Por mais que, aparentemente, o Estado Gaúcho estivesse empolgado por quebrar o domínio mineiro e paulista que marcou a República Velha, Érico trás nesta obra o verdadeiro painel da sociedade porto-alegrense da época, direcionando o seu escopo narrativo às classes sociais inferiores. Este segmento via com olhos de total indiferença a questão "patriótica" do RS, pois haviam preocupações maiores (desemprego, corrupção, miséria, etc.). Por mais que a política gaúcha estivesse realmente em alta, Caminhos Cruzados deixa totalmente implícito em suas linhas um estado de quase niilismo, descrença total da classe baixa com relação à melhoria de vida. E as classes superiores também são descritas com a mesma carga de indiferença: há, em toda essa ambientação das "elites" uma infinidade de aspectos promíscuos e fúteis, como avareza, gastança, materialismo, relações sociais baseadas em interesse e outros tópicos repugnantes.
A história em si trás mesmo este aspecto de um "painel gigante" que vai sendo pintado. Veríssimo narra a passagem presente de um personagem, como se estivesse pintando um canto deste quadro imaginário. No capítulo seguinte, o autor lança luz a outro personagem, traçando outro canto deste painel e assim sucessivamente. Sempre avançando em ordem cronológica (a narrativa começa em um sábado e termina na quarta-feira seguinte), o "quadro" vai ganhando forma. De repente, um personagem é citado no capítulo de outro e aí o leitor vai captando as referências e por vezes até os interesses dos componentes da narrativa; é o momento em que os "caminhos se cruzam", o que caracteriza o título da obra.
Estes personagens assumem inúmeras identidades: um indivíduo pobre e com uma imaginação fértil (onde se constata a feliz referência a Os Três Mosqueteiros, obra genial de Alexandre Dumas), uma dona de casa aparentemente fiel, uma viúva suspeita, um professor que vive no mundo da ciência, uma família recém-chegada à classe superior, um bon-vivant sem grandes escrúpulos, uma prostituta que liga diversos personagens, entre outros tipos, são o que permeiam a narrativa. Por mais que alguns núcleos narrativos sejam mais leves e menos dramáticos, todos eles possuem traços da já citada descrença e falta de perspectiva. E toda essa sensação "cinzenta", de tristeza e desesperança, é relatada não usando apenas diálogos e lamúrias, mas sim pela maneira com que o narrador onisciente apresenta e discorre sobre cada núcleo, contextualizando-o em sua respectiva realidade social.
No entanto, ao dinamizar sobremaneira a narrativa, flutuando o andamento da história entre os diversos núcleos de personagens, Érico não constrói de uma forma profunda cada componente individual da história. Os personagens de Caminhos Cruzados são imprevisíveis, suas ações são justificadas pela sua determinada situação, mas sente-se a falta de um desenvolvimento psicológico mais profundo deles. Este aspecto pode ser interpretado como uma crítica para uns, mas há ressalvas. Claramente, o autor quis traçar um paralelo com a realidade da capital do RS e o fez de uma forma brilhante, focando a sua narrativa aos tais núcleos de personagens. Além disso, Caminhos Cruzados não prioriza nenhum deles, fazendo da obra uma história sem protagonista, o que, se fosse o contrário, poderia justificar um mais profundo desenvolvimento destes elementos principais da narrativa.
Com profundo desenvolvimento psicológico ou não, Caminhos Cruzados cumpre com honras o seu grande objetivo: ser um relato ficcional e histórico de Porto Alegre no início da década de 30, descrevendo muito bem uma sociedade moralmente desacreditada, apesar do momento relevante que o Estado vivia. É um romance sobre coisas rotineiras, comuns, da vida das pessoas. Aproxima-se muito da realidade natural das coisas, onde nem sempre o final é feliz (isso quando há um final. É comum que muitas vidas sejam interrompidas deixando inúmeras coisas pela metade, por exemplo). O resultado de tudo é uma narrativa que emociona, prende e trás uma infinidade de exemplos que caracterizam a miséria, seja ela de corpo ou de espírito, formando uma "pintura" abstrata mas totalmente compreensível, se avaliada como um todo.
Natalie Lagedo 26/02/2017minha estante
Lucas, amo muito Érico. Sua resenha está maravilhosa e este será o próximo livro que irei ler desse querido autor.


Lucas 26/02/2017minha estante
Natalie! Fico feliz, pois também tenho estima pelo srº Érico. É o tipo de autor que te "obriga" a ler tudo o que ele publicou. Caminhos Cruzados é ótimo, não irás se decepcionar nem um pouco. :)




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