Anna Mendes 29/01/2021
Infelizmente, não funcionou para mim :(
“Entre a Cruz e a Espada” é uma novela que faz parte da antologia intitulada “Femme Fatale”, que traz releituras de princesas clássicas, transformadas em heroínas fortes e independentes.
Eu estava muito curiosa para conhecer como ficaram essas histórias. Escolhi ler “Entre a Cruz e a Espada”, segunda novela lançada, e que traz como protagonista Esmeralda, baseada na personagem de “O Corcunda de Notre Dame”. Talvez minhas expectativas estivessem altas demais, porque acabei me decepcionando com essa leitura.
Começando com os pontos positivos, que para mim foram dois. O primeiro foi que a autora escolheu trabalhar com os temas de pedofilia e estupro. São temas de extrema importância e que, infelizmente, destroem a vida de milhares de pessoas diariamente. Apesar da autora não se aprofundar muito neles, gostei dela ter trabalhado esses temas na história.
O segundo foi o toque de humor colocado na trama, trazido principalmente pela interação entre a protagonista, Esmeralda, e seu melhor amigo, Léo. Achei alguns comentários que eles fazem divertidos, principalmente no começo da história.
Apesar desses pontos positivos, eu acabei me decepcionando, principalmente porque eu não consegui achar a história convincente. Por se tratar de uma novela, que é uma história mais curta, a autora optou por facilitar certos acontecimentos que, na prática, não ocorrem com essa facilidade.
Por exemplo, um personagem que revela sua real identidade de uma forma muito rápida e fácil; a protagonista flagrar uma cena que, pela forma como aconteceu, qualquer outra pessoa podia ter visto, o que, na prática, não teria acontecido de forma tão fácil. Não estou dizendo que a autora deveria ter dificultado ao extremo essas situações, mas a forma como ela resolveu construir essas cenas não me convenceu, porque pareceu absurdo demais para mim; muito forçado.
Isso fez com que eu não me sentisse completamente envolvida com a história. Ela é curta, e pode ser lida rapidamente, contudo, acabei lendo mais devagar justamente porque foi difícil para mim me conectar com a trama. Também não consegui sentir empatia pelos personagens e torcer por eles.
Com relação ao final, eu achei que a história terminou de forma muito rápida. A maior parte da história se concentra em desmascarar os abusos ocorridos contra crianças e jovens, mas, no final, a solução surge de forma tão rápida e fácil, encerrando um dos principais pontos da história de forma meio batida; sem muito impacto.
Fora isso, uma pequena observação. É que ao longo da leitura encontrei vários errinhos de revisão. Nada muito grande ou que atrapalhe a leitura, mas me incomodou um pouco, porque, por ser uma história mais curta, teria sido bacana se essa novela tivesse sido um pouco melhor revisada, ajudando a tornar a leitura ainda mais fluida.
Enfim, foram por esses pontos que essa novela acabou me decepcionando. A história por si só não é ruim, eu só não gostei muito da forma como ela foi construída, pois, para mim, alguns acontecimentos foram um pouco forçados e pouco convincentes.
Eu ainda tenho vontade e curiosidade de ler outras novelas dessa antologia, até porque tem autoras que eu gosto ou que já conheço o trabalho e que quero conferir como ficaram suas histórias. Mas são leituras que não pretendo fazer em breve.