spoiler visualizarMarilza Ferreira 22/06/2014
Amor de Perdição
Amor de Perdição trata-se de drama e romance ao extremo, Camilo Castelo Branco narra em terceira pessoa usando-se de meios para que pareça ser algo real e não imaginário. A princípio a leitura é um tanto quanto difícil, pois é muito detalhista, descreve com detalhes a família, tais como quem casou com o pai da personagem principal, de onde eram, enfim, tudo sobre a vida antes de se dar a história de amor principal. Contudo, a obra é de fácil compreensão, pois assim que as personagens principais são apresentadas, a linguagem torna-se então mais compreensiva, sem detalhamentos, passando a ser profundo, dramático e trágico.
Trata-se de uma história curta, contada em cento e sessenta páginas sem figuras, sendo somente texto.
Amor de Perdição se passa em Portugal no século dezenove, retrata o amor sem sucesso de Simão Botelho e Tereza e uma grande paixão recolhia de Mariana, a qual se segue.
Simão Botelho um garoto de dezesseis anos, estudante de direito, filho do desembargador Domingos Botelho e da arrogante Rita. Em uma visita à família, conhece Teresa Albuquerque, sua vizinha da qual se apaixona perdidamente, ela com quinze anos de idade e filha de Tadeu Albuquerque, inimigo de Domingos Botelho devido a uma rixa no tribunal. Os dois apaixonados se veem cada qual por sua janela, por durante seis meses sem serem notados.
Simão volta a estudar e os amantes se comunicam através de cartas expressivamente apaixonadas. Ao completar dezessete anos, Simão ao saber dos planos de Tadeu em casar a filha com o primo Baltasar Coutinho, desesperado volta à Coimbra escondido na casa do arrieiro João da Cruz, homem extremamente grato aos Botelhos por ter sido uma vez inocentado pelo corregedor e se livrado da forca.
Em uma visita a sua amada, Simão sofre uma emboscada arquitetada pelo primo de Teresa, mas João da Cruz mata os dois criados mandados. Mas ninguém da cidade fica sabendo quem os mataram, já que o fez longe da cidade e à noite.
Teresa então é levada forçada ao convento, donde continua a enviar e receber cartas apaixonadas. Em uma das cartas, Teresa informa que seu pai juntamente com o primo, a levará a outro convento. Com a notícia, Simão fica desnorteado e quer ir buscá-la a qualquer custo, sem a ajuda do fiel João da Cruz, ou da filha dele, Mariana, moça bonita que guardava certa admiração, ou até mesmo amor por Simão.
Encontra o rival em meio à estrada e atira na cabeça do pobre coitado. Teresa o manda fugir, já que muitas pessoas se aglomeravam devido ao barulho do tiro. Mas ele, corajoso e ciente de si, disse não fugir e esperaria os homens da lei chegar, sem receio das consequências.
Seu pai, ao saber do ocorrido, furioso, não quis nem saber de intervir para que o filho fosse inocentado, tudo porque cometeu o crime pelo amor da filha de seu inimigo. Simão, no entanto, nem queria essa ajuda, optou por deixar a justiça dar a sentença, não aceitando ajuda nem de sua mãe, apenas de João da Cruz e de Mariana, a menina que cuidava dele com tamanha devoção. Para ele, sua família era tão somente João e Mariana, os que o ajudavam sem interesse.
Enquanto ele sofria na cadeia, Mariana sempre submissa cuidava dele e Teresa sofria no convento, mas mantinham a comunicação cada vez mais mórbida por meio das cartas.
Quando foi decretado pela justiça que Simão seria levado à forca, Mariana tornou-se louca e Teresa viveu como uma moribunda.
Entretanto, o avô de Simão, disse que vivera de forma honrosa e não seria naquele momento que teria um ente de sua família morto na forca, se Domingos Botelho não intercedesse pelo filho, se mataria na sua frente. Domingos então fez o que estava ao seu alcance para livrar o filho da tão cruel morte. Conseguiu livrar Simão da forca, mas não da sentença de viver na Índia como preso, já que era réu confesso.
Quando Mariana soube da notícia voltou à sanidade e jurou ir com Simão, abnegando-se de sua vida em Coimbra.
Chegando o dia da partida de Simão, Teresa vai até o porto donde sairia o navio de seu amado juntamente com todas as cartas de amor e fez com entregassem a Simão. Deu o último adeus e caiu em morte. Simão caiu doente e Mariana sempre ao seu lado cuidando. Mas antes de chegar ao destino, Simão morre e é jogado ao mar pelos guardas e sem que alguém percebesse, Mariana se joga nas águas junto com as cartas de amor de Teresa e Simão em direção ao corpo de seu admirado amor recolhido.
O fim trágico, o sentir sofrimento pelo amor é bem característico do ultra-romantismo e faz muitos sentimentalistas derramem lágrimas. É apaixonante. O leitor é levado através do imaginário à época vivenciada pelas personagens.
O livro apresenta no final do romance, páginas sobre Castelo Branco, contêm sua biografia e obras. Muito interessante para quem vai prestar o vestibular, além de proporcionar conhecimento e cultura a qualquer leitor deste.
Referências Bibliográficas
Branco, Camilo Castelo. Amor de Perdição. São Paulo. Klick Editora. 1999.