Rafaelle 07/05/2022A volta ao mundo em 80 diasNa Londres de 1872, o fleumático Phileas Fogg, gentleman inglês de vida tranquila, é desafiado a dar a volta ao mundo em 80 dias após ter afirmado ser esse o tempo necessário, considerando até mesmo os imprevistos. Para provar seu ponto, ele propõe uma aposta que coloca em risco sua fortuna e embarca nessa empreitada na mesma noite.
Quem o acompanha nessa viagem é Jean Passepartout, criado francês que havia sido contratado naquele dia e que desejava tranquilidade. Mas para complicar a viagem, um mal entendido faz o agente de polícia Fix acreditar que Phileas Fogg é um ladrão procurado e segue no encalço dos dois na tentativa de prender Fogg.
Confesso que eu tinha medo de não gostar do livro porque o filme de 2004 foi um dos meus favoritos da infância e eu suspeitava (com razão) que fossem bem diferentes. Mas o livro foi uma surpresa muito positiva. Embora a adaptação seja totalmente infiel, percebi que meu coração tem lugar para amar os dois como obras distintas.
Já no início do livro eu me senti fascinada pelo personagem de Phileas Fogg. Um homem que tem a vida totalmente calculada, que segue sua rotina à risca e não desperdiça um minuto de seu tempo de repente decide fazer uma viagem ao redor do mundo apenas para provar seu ponto. Embora pareça um personagem frio no início, logo começamos a perceber que existe uma bondade imensa nele. Ele tem seu próprio modo de ver o mundo e é focado em seus objetivos, mas é generoso e está disposto a salvar uma desconhecida em perigo e tirar seu criado das mais improváveis enrascadas.
Já Jean Passepartout é o alívio cômico da história. O criado de Phileas Fogg já tinha feito um pouco de tudo na vida e queria sossego. Por isso se candidata à vaga de criado de um homem conhecido por sua rotina meticulosa mas dá o azar de ser contratado no dia da aposta. Porém enquanto Fogg vê a aposta como uma missão a ser cumprida, Passepartout aproveita para turistar nas paradas da viagem. E é nesses passeios que ele acaba arranjando encrencas e atrapalhando o rigoroso cronograma de seu patrão.
O livro é curto e a narrativa é muito ágil. Torci pelo sucesso da viagem em cada página. É uma aventura com tudo que tem direito, desde resgate de uma bela mulher em perigo, perseguição por alguém determinado a impedir a viagem e até embate com bandidos de estrada. Foi uma leitura super divertida que eu não queria largar enquanto não terminasse a história. Ri muito, fiquei apreensiva e até suspirei com a pitada de romance existente. É um clássico certeiro para quem estiver a fim de se divertir com um livro leve e que tem um gostinho de filme de sessão da tarde.