Claire 04/04/2022
A Volta ao Mundo em 80 Dias
Então, né? Oi... Faz tempo que prometi essa resenha, acho que mais de um mês que venho postergando essa tarefa de escrever aqui. Em minha defesa, precisei pensar melhor, construir algo bom. E então começaram as provas e os estudos e acabei... não pensando? É isso. Mas, enfim, estou aqui agora.
Vou tentar evitar dar spoilers nessa resenha, mas é um livro muito famoso, às vezes fica difícil separar o que é spoiler do que simplesmente é de conhecimento comum, portanto, aviso agora que, apesar de não classificar essa resenha como uma com spoiler, podem haver possíveis spoilers se você ainda não leu e não faz ideia de nenhum detalhe da história!
Dito isso e com todos os avisos dados, vamos lá.
Uma contextualização rápida: Phileas Fogg é o gentleman mais previsível de Londres, se não de todo o mundo. Pontualmente às 11 horas, se dirige ao Reform Club, de onde é membro, e lá se encontra com seus amigos. Lê os jornais, almoça, joga whist. Tudo isso em uma rotina pontual e imperturbável. Então retorna à sua casa pontualmente à meia noite. Até que uma matéria do jornal de Londres faz com que até mesmo esse gentleman de caráter impassível se movimente em uma ariscada jornada ao redor do mundo, apostando metade de sua grandiosa fortuna no caminho. Se estabelece então o grande desafio da volta ao mundo em 80 dias.
É um livro muito curto, de escrita fluida, principalmente tratando-se dos padrões de Júlio Verne, e que consegue te fazer pensar sobre ele mesmo quando não tem mais o livro por perto.
Sempre gosto de destacar que, durante as minhas leituras e aventuras com o autor, decididamente não recomendo Júlio Verne para qualquer um. Não é uma leitura fácil e muitas vezes dá aquelas emperradas, sabe? Verne gosta de ser bastante descritivo e costuma ser detalhista em padrões que vão te obrigar a ler ao lado de um dicionário ou pesquisar imagens no Google com certa frequência.
Porém, para quem está começando a entrar nesse meio dos relatos de Verne, A Volta ao Mundo em 80 Dias é definitivamente a opção certa para começar. Além de ser um livro curto, é pouco descritivo para os padrões do autor e flui bem mais do que outras obras suas tão famosas quanto (como Vinte Mil Léguas Submarinas).
Então talvez você me pergunte: "Ah, mas e Viagem ao Centro da Terra, não é melhor para começar?" E te responderia: Não. Por um motivo simples: É muito mais fácil visualizar os cenários de Volta ao Mundo do que de Viagem ao Centro da Terra, simplesmente porque a maior parte das descrições é baseada em coisas que existem ou existiram em um passado próximo. Assim, a leitura se torna mais fácil.
Para resumir: gostei muito da leitura. Não foi o meu tipo de leitura fluída, o que me deixou um pouco incomodada, principalmente nos momentos finais, mas ainda assim valeu a pena. Apesar de tudo isso, não é uma leitura que recomendaria a todos, apesar de achar que seria importante a qualquer um.