spoiler visualizarLice_livros 16/10/2023
Uma experiência que só o Machado de Assis sabe proporcionar
Quando comecei a ler esse livro estava com bastante medo mas também estava com as expectativas um pouco altas porque pensava que ia ser um livro focado ma história de Quincas Borba, que foi o meu personagem favorito de Memórias Póstumas de Bras Cubas. Me enganei, o livro não é focado nele, na verdade, ele morre antes de 30% do livro. A história é focada no Rubião, um professor que vem la de Minas Gerais e que se tornou amigo de Quincas por puro interesse e acabou se tornando o herdeiro de toda sua fortuna. Só que para ele ganhar tudo ele tinha que tomar conta de um cachorro (o animalzinho se chamava Quincas Borba, assim como seu dono). Rubião aceita cuidar do cachorro e vai pro Rio, lá ele faz algumas amizades que na verdade só queriam estar próximos dele por causa do seu dinheiro e ficam se aproveitando da bondade e inocência de Rubião para estorquir seu dinheiro (o maior exemplo disso são Sofia e Palha).
Eu demorei MUITO para terminar esse livro, não porque a história é ruim ou porque os personagens não tem a mesma profundidade dos outros livros de Machado, nesse livro ele teve o mesmo cuidado com a personalidade, com o interior de cada personagem. Porém a escrita dele nunca funciona tão bem para mim, eu tenho sempre que me forçar a terminar os livros. O jeito que Machado escreveu seus livros é um pouco entediante e em um trecho ele coloca muitas referências ou usa um pequeno acontecimento para filosofar sobre algo muito importante.
Eu sempre me forço a terminar os livros de Machado porque eles são bons (muito bons na verdade), são clássicos brasileiros (pra mim Machado é o escritor brasileiro mais importante da nossa literatura) e também porque eles são pedidos em provas e vestibulares. Talvez um pouco da minha estranheza seja com os modos da época (tanto é que quando eu leio um livro clássico bem mais antigo eu demoro um pouco mais) e o jeito sério que contém algo por trás da escrita de Machado.
Mesmo assim, esse livro é um dos melhores que eu já li dele, porque ele é "engraçado", tipo, existem alguns trechos que me fizeram rir, n sei se foi só porque sou muito besta ou se é porque são realmente engraçados.
Dos 3 livros principais dele, esse é o que todos dizem mediano. E eu concordo, tipo, a história tem horas que não desenvolve, e os trechos de quando Machado continou a escrever a história são bem perceptíveis, da pra perceber uma mudança no livro em si que vem do nada. Mas mesmo assim esse livro possui muitas críticas importantes tanto para antigamente quanto para agora, uma das razões do por que as histórias Machado são tão importante e ainda aclamado hoje em dia.
Sobre o personagem principal: em Memórias Póstumas eu tive uma péssima experiência porque não soube entender o propósito do livro. Consegui entender toda a a trama, os erros dos personagens e até suas características sem me perder tanto. E Machado fez um trabalho tão bem feito fazendo um riquinho, mimado e insuportável como Bras Cubas que eu fiquei com raiva do personagem o livro inteiro mas eu não tinha me ligado que esse era o intuito do escritor, não era para eu achar o personagem legal, o livro era uma crítica a aquele tipo de gente. Só que eu só fui perceber isso quando li outra resenha sobre o livro, por isso ele esta com uma nota mediana aqui no meu perfil (e obviamente pretendo reler para tirar outras conclusões). Nesse livro já foi diferente, já fui ler com a ideia de crítica na minha cabeça e ajudou muito, e também porque me aprofundei mais no contexto histórico e vi algumas aulas de professores sobre esse livro. Percebi a genialidade de Machado de Assis, a história ficou menos chata, mas mesmo assim tive problema com o ritmo, continuei passando raiva com os personagens (mas consciente de que eles estavam lá pra isso mesmo) e eu acho q o meu maior problema acabou sendo com um pouco da enrolação da história e o fato de ter essa quebra no decorrer da história devido o tempo que Machado levava pra continuar a publicação dos capítulos nos folhetos.