rebeccavs 12/02/2020
Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas
O romance Quincas Borba, de Machado de Assis, traz em seu desenvolvimento, ao meu ver, uma crítica e aprendizado às sabotagens de considerados amigos perante a ingenuidade da vítima, portadora de determinado privilégio, o qual a primeira pessoa mencionada não possui.
Convém ressaltar, a princípio, a resumida sinopse da obra: Quincas Borba, após a morte de Brás Cubas (protagonista do livro "Memórias Póstumas de Brás Cubas", do mesmo autor), passa a viver próximo a seu humilde amigo Rubião. Quando (relaxa, não é spoiler) Quincas Borba morre, deixa seu cachorro - chamando Quincas Borba também - aos cuidados de Rubião, como também sua, hiperbolicamente, imensurável herança financeira.
Uma parte tocante do livro, em minha concepção, foi a filosofia de vida proposta por Quincas Borba: Humanitas.
A respectiva filosofia tem como contexto o pensamento: "Há duas tribos e uma plantação de batatas suficiente para apenas uma delas. Se forem dividir, metade das duas morrerá. Cabendo ao chefe da tribo o dever de protegê-la, ele tentará conseguir as batatas para a sua própria. Entretanto, enquanto uma, após vencida a batalha, alimenta-se, a outra parece. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas".
Qual a reflexão presente em tal pensamento?
Vejamos: O ser humano é, naturalmente, egoísta, isto é, pensa, antes do próximo, em si mesmo. É justamente esse o contexto inserido no destino de Rubião. Que contexto é esse? Leia o livro, hahah.
Uma belíssima obra, na qual me diverti bastante, tornando a leitura um prazer inefável.
Não entendeu a interseção entre o primeiro parágrafo e o sexto? Novamente, leia o livro :).
O Bruxo do Cosme Velho sabe como fazer uma reflexão crítica à sociedade realista.