Jardim de histórias 02/09/2024
O livro que deu fama ao jovem Goethe.
Um romance epistolar, que retrata a angústia sobre um olhar bucólico, trazendo uma filosófica reflexão sobre a beleza, a natureza, o amor, o pertencer, a culpa e a vida.
Em um formato de monólogo, Goethe, inspirado em suas experiências platônicas e existencialistas, nos apresenta de forma bastante poética as cartas onde Werther, por meio de um conjunto de narrativas angustiantes, relata seus sentimentos, para seu amigo Wilhelm, como um prenúncio de uma tragédia.
Publicado em 1774, a obra foi muito comentada na época, se tornando um clássico alemão e seguidamente, em um dos maiores clássicos da literatura mundial, considerada, como uma obra introdutória do romantismo alemão. Muito pela forma filosófica e, ao mesmo tempo, poética, mas sem perder a densidade com que o autor retrata o sofrimento, a projeção pessoal, o amor idealizado, o que torna esse livro um instrumento de reflexão muito utilizado em tempos vigentes.
Uma obra sublime, com uma capacidade de subjetividade capaz de transcender o universo literário, por sua síntese sentimentalista que expõe a fragilidade humana de uma forma natural. Uma fragilidade com um potencial enorme de provocar efeitos devastadores.
Um livro que cabe perfeitamente em meu universo literário, não somente pela grandiosidade do autor, mas também pela imensidão e pela representatividade do tema, que tem muita intensidade e acessibilidade, e versatilidade. A escrita é impecável e muito melancólica, perceptível no desenvolvimento da história, onde a narrativa entusiasmada do protagonista, durante a condução, se torna deprimida e pesada devido ao comprometimento emocional do protagonista.
A necessidade de pertencimento, assim como a dependência afetiva, são situações que, quando fora de controle, podem nos conduzir a um lugar de sofrimento. Certamente as ideias de Goethe reproduzidas nas cartas de Werther se fundem com muitas histórias. Como se o wertherismo existisse em cada indivíduo esperando uma única oportunidade de despertar.
Excelente obra!