Anelise 01/04/2020
Resenha: O Crescente e a Estrela
O Crescente e a Estrela é o primeiro livro que a autora escreveu depois de Entre Vidas, reforço isso porque adoro ver autores que mantém a qualidade mesmo após a conclusão de uma longa obra.
Mas, se engana quem pega esse livro e espera talvez um livro que seja parecida ou siga os moldes da outra saga. Mas, se enganam porque não tem. A começar que o livro não é de fantasia, e sim um romance (talvez histórico, ouso dizer).
Bem, muitas características da própria autora ainda estão presentes, como a parte das religiões e também da história da época. A Juliana é uma autora que preza e muito pela pesquisa, para o que ela apresentar na história estar correto e também trazer isso para nós, os leitores.
O livro se passa entre a Europa e o Oriente Médio, na idade média, na inquisição e onde alguns países europeus que conhecemos hoje já existiam, entre eles Espanha, Inglaterra e até Portugal.
A história é focada em Rania, que é filha da Emir de Granada, que é o último reino muçulmano daquela região.
O livro começa com parte da família viajando para a Meca, que é uma peregrinação que todos fazem ao menos uma vez na vida. Estavam o Emir de Granada, a Rania, os irmãos Salim e Amira.
A viagem correu bem até a volta a Granada, onde de caravana acaba sendo atacada repetidas vezes e morre muita gente nisso, entre os membros da guarda deles - que tinham muitos mercenários - e também da família real e um desses acaba sendo o próprio Emir. E não podem nem levar o próprio corpo dele.
No final, só chegam a Granada: Rania, os irmãos e um mercenário judeu Davi.
E os membros da família real informam sobre a morte do Emir para que o próximo possa ser coroada e ele é Abu, o primeiro filho da primeira esposa: Zuleica. Lembrando que muçulmanos são poligamos, o Emir tinha quatro esposas, Rania é a única filha da quarta esposa: Halia. A mãe de Rania é beduína, o que as faz sofrer muito dentro da própria família. Rania tem envolvimento com a religião islâmica, mas tem ensinamento sobre a religião de sua mãe também.
Rania e Davi acabam tendo uma atração e Abu sabendo disso resolve colocá-la em enorme problema.
Enfim, Abu não é flor que se cheire e é muito intolerante, diferente do pai e os irmãos de Rania sabem bem o quanto Granada vai sofrer com o reinado dele. E bem, no final disso tudo, supostamente o Davi morre.
Ai há um pulo no tempo, Rania se casa com Kalil, que também é Emir e passa a viver em seu palácio. Granada já sofre os efeitos e Rania se culpa da morte de seu amado Davi.
Não quero contar muito mais do livro, mas ele desenvolve dai!
E claro, temos o personagem e o casal que rouba a cena da Rania e do Davi, que são Kalil e Salim. Primeiro casal LGBT da autora, mas que são a coisa mais maravilhosa desse mundo. Uma pena que eles vivem naquela época. Mas, fico imaginando a maravilha que é aquele homem de turbante como é descrito. Kalil: melhor personagem.
E no livro, os personagens acabam percorrendo por vários lugares da Europa, como a Espanha, Veneza e até mais perto do Oriente Médio (país não lembro o nome).
Tem romance, tem guerra, tem luta, tem treta.
O livro segue com uma leitura bem fluida, com mais falas do que descrição - que é característica da autora. O clímax do livro é muito bom e o final também.
E confesso que a Juliana dessa vez matou menos personagens!
Amei conhecer essa história, esses personagens, sobre a cultura islâmica e a judia.
Enfim, é mais um livro maravilhoso da autora! Recomendo a leitura.
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