Depósito Literário 19/04/2020
RESENHA - OS LUSÍADAS
1570, Renascimento. Camões torna-se um dos principais pintores a serem aclamados pelo mundo. Não, eu não estou delirando. Assim como as obras de arte que o nosso limitado verbo é incapaz de decifrar, “Os Lusíadas” é uma pintura no melhor estilo greco-romano.
Ao centro da tela, não espere encontrar uma cópia de Aquiles ou de Eneias. Não há um herói, existem vários. Aprumados na embarcação, a comando de Vasco da Gama, seguem cortando os perigos e os vícios humanos. Reluzem os corações dos bravos portugueses movidos, pelo amor à pátria, rumo ao oriente.
Ao fundo, estampando o céu de onde vêm as leis superiores a regerem os grandes feitos, desenham-se os trajetos empenhados em nome da fé e da ambição. Do alto, aguardam entre as nuvens da fama e da glória os passados e os futuros nomes a alcançarem a imortalidade trazida pela vitória.
À margem esquerda, esboços do Olimpo revelam a agitação dos deuses frente à ousadia dos humanos. Ocultado pelas chamas da raiva e da inveja, o descontentamento de Baco se opõe à radiante luz de Vênus, deusa da paixão, em um retrato maniqueísta.
Ao lado esquerdo, ergue-se o temido gigante Adamastor. Seu coração, um dia aquecido pelo amor, tornara-se rochoso como um penedo, experimentando a fúria dos deuses e erguendo-se no Cabo das Tormentas.
Além-mar, abre-se a Ilha dos Amores ao encanto e aos prazeres dos bravos desbravadores. Irradiam-se as cores vivas das flores e o brilho dourado das conquistas sobre aqueles dispostos a espalhar suas partes pelo mundo.
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