Thiago 25/11/2023
Um livro essencial
Escuto sobre este livro praticamente desde que me entendo por gente, pois minha mãe o leu quando criança e, sempre que minha irmã ou eu reclamávamos muito sobre algo, ela dizia que tínhamos de fazer o "jogo do contente". Já adulto, mesmo sem ter lido, compartilhei a expressão "Poliana" como um adjetivo pejorativo para pessoas que viviam no mundo da lua, excessivamente otimistas, não percebendo a realidade.
Ao finalmente ler o livro (que havia comprado como presente para minha mãe), descobri, antes de mais nada, que a história era muito antiga, de 1913, já tendo sobrevivido a mais de um século de mudanças culturais.
A obra em si é muito terna e delicada. A protagonista é uma criança órfã de dez anos que, não só se mantém alegre, como leva alegria a todos que conhece. É de aquecer o coração especialmente a situação em que ela é punida pela terceira vez e continua vendo o lado bom até dos castigos.
Uma obra que deveria ser lida por todas as pessoas, de preferência na infância. Pelo seu teor infantil? De forma nenhuma, mas por suas lições que, se bem aprendidas, podem contribuir positivamente para a visão de mundo de todo adulto, aos moldes de O Pequeno Príncipe e de Fernão Capelo Gaivota.
Destaque especial se faz à presente edição. Que trabalho delicado e bonito. A capa é dura, porém macia, as páginas são de qualidade, os desenhos são ternos e as silhuetas impedem que o leitor "veja" os personagens sem ser em sua imaginação. Sensacional.