Resenhas - O Processo

Nay__ 23/09/2022

Levanta muitos questionamentos/reflexões, mas cansa e dá sono, perfeito pra ler antes de dormir hahaha
No começo fiquei desnorteada, assim como o personagem, por isso gostei do livro. Mas ao longo dele, acabei parando muito porque ficava revoltada com o tratamento dado às mulheres. Mas depois de superado isso e o capítulo sete, risos, eu fiquei impressionada com o tanto de analogias, interpretações e reflexões que dá pra fazer com essa história.

Lá no capítulo nove eu me surpreendi com a inserção da questão religiosa. Na minha interpretação, K. se pergunta se ele poderia representar todos os fiéis, nesse caso, todos os fiéis passam por um processo de acusação (são pecadores só por ter nascido) e lutam pela sua absolvição ao longo da vida. Ele morre em cima de uma pedra, como um cachorro. Como um sacrifício?

Acho que tem vários simbolismos que eu não peguei por questões culturais, temporais e ignorância minha (as meninas do prédio do pintor, os homens ao final andando com ele como se fossem um, o rosto lado a lado ao matá-lo como um cachorro, etc). Se alguém tiver alguma ideia do que possam representar, vamos conversar =)

Ps: Essa edição é LINDA, mas não recomendo, o texto denso e a letra miúda não combinam.

Reginaldo Pereira 23/09/2022

O que a culpa nos faz (parte II)
Foi uma leitura inesperada, iniciada na sala de espera da dentista, mas que se mostrou bastante agradável! A história, já bastante divulgada a respeito de um homem acusado sem se saber o motivo, também se revelou surpreendente, apesar da sua lógica um tanto contestável! rs

O herói da obra, Joseph K. (ou simplesmente K.), traz consigo muito de Raskolnikov (de Crime e Castigo) e a sua constante luta com a culpa, porém de uma forma distinta, pois enquanto o herói de Dostoiévski se tortura, K. praticamente ?se entrega?.

Mas enfim, foi uma boa e proveitosa aventura! Meu primeiro contato com este autor tcheco, e acredito não ser o último, já que ?A Metamorfose? também me atrai. E mesmo não sendo o meu tipo favorito de leitura, é justamente isso que nos engrandece nesta diversidade!!

Maria.Clara 22/09/2022

Segundo contato com a literatura kafkania , tendo o primeiro sido por Metamorfose, e foi uma leitura de novidades e permanências. Acho que pra qualquer leitor de Kafka o sentimento de claustrofobia e medo (quase cosmológico) já são comuns, intrínsecos a experiência de leitura, mas a novidade que O processo me proporcionou foi sobre a estruturação de escrita, nunca me vi tão presa, emaranhada, cem por cento capturadas por palavras. O livro me trouxe a sensação de ser mero objeto vago no universo do autor, ele me movia como bem entendia, suspendia a minha própria existência em prol de uma história sem pé nem cabeça, e quando terminou -abruptamente- me vi completamente perdida. E, veja bem, nada disso me afastou de concordar: que leitura maravilhosa. atual. com sentidos próprios e ao mesmo tempo aberta a interpretações dadas pelo leitor. Definitivamente uma experiência sem igual, irrecusável para aqueles que não tem ideia de como uma frase, composta da seleção de algumas letrinhas, entre as 26 disponíveis, pode ser um labirinto.

A. Vagante 22/09/2022

Mais um método kafkiano de pensar
A novela é tensa desde o primeiro momento e consegue se manter nesta pretenção até o fim, mesmo que nem mesmo fim ela tenha conseguido, já que o autor não a concluiu. Mas assim como A METAMORFOSE, nos impõe pensar profundamente sobre a moral e sobre a hipocrisia das pessoas, sobretudo nos sistemas burocráticos.

Raquel Marina 21/09/2022

Foi um livro muito difícil de ler. Uma leitura meio engasgada e em muitos momentos enfadonha. Traz o efeito de assim como Josef K, o leitor vai se cansando desse buscar se livrar do processo. O que torna o livro interessantes são as diversas chaves de leitura: da burocratização das vidas, da judicialização das relações e principalmente como dentro do meio jurídico e das instituições as linhas que definem culpa e inocência são muito tênues.
O fato do livro ser uma obra inacabada traz uma leitura cheia de questionamentos. Será que é essa ordem de capítulos? (Já que tirando o primeiro e o último que estavam de fato identificados nessa ordem os outros estavam em envelopes separados e sem identificação). A edição traz os trechos rasurados, mostrando outros caminhos que Kafka poderia ter tomado na construção da obra.

Ana Franco 19/09/2022

Kafka não é pra mim!
Leitura densa demais, confusa e com muita divagação ao longo do livro.
Peguei trauma, mas talvez o problema seja eu mesma. Não tenho prazer nesse tipo de leitura, infelizmente ?

Nicolle 18/09/2022

Inacreditável
Primeiro contato com Franz Kafka... O tipo de leitura que te tira da zona de conforto, te dá um nó no cérebro, mas no fim, te fará pedir por mais!!!

Marcus Oliver 15/09/2022

Claustrofóbico e angustiante
Apesar de ter gostado intelectualmente do livro, durante a leitura tive alguns ?ranços?, por isso, a nota mediana.
Joseph K. em alguns momentos é presunçoso e arrogante, o que me fazia desconectar dele em diversos momentos. A atitude do personagem com algumas personagens e o que era jogado nele me davam uma espécie de repulsa automática, então, em vez de me apegar a ele, sentia-me repelido por K. Entretanto isso rendeu boas interações minhas com a história em que eu dizia que faria diferente, justificativas minhas para discordar dos pensamentos de K. e coisas do gênero.
Agora, tirando essa desconexão com o personagem, a obra é de um primor estético e intelectual inegável. Pode se aproveitar pela sua temática inicial: a luta impossível do indivíduo contra o poder jurídico e burocrático de um estado nada democrático.
Pode se fazer a relação com o presente com a cultura do cancelamento, pois K., como dito nas primeiras frases, foi caluniado, desencadeando todo o processo contra ele e trazendo problemas psicológicos e sociais para o personagem, do mesmo modo que ocorre com alguém ?cancelado? injustamente.
Há também as interpretações mais profundas: psicanalítica (o tribunal é a inconsciência e que regerará parte da vida do indivíduo, mesmo que ele nada possa fazer para entender os motivos da inconsciência); sociológica (traçar paralelos entre a situação de K. e outros indivíduos perseguidos por Estados totalitários, no qual todo o aparato jurídico e burocrático estão contra o cidadão excluído).
Não importa quem seja, a temática da obra consegue se relacionar de diversas maneiras com a vida e esse é o valor imensurável deste romance do Kafka.

Olívia Farias 13/09/2022

Um pesadelo burocrático
E se você estivesse sendo acusado de algo que não faz a menor ideia do seja, sendo julgado por um tribunal não muito convencional, defendido por um advogado enfermo que nem mesmo consegue se levantar da cama?
Pois bem, em O processo tudo isso acontece com Joseph K, os trâmites da intimação que recebe duram por meses e quanto mais se segue menos sentido parece fazer, pois, nenhuma informação concreta aparece, o que faz também com que o que é lido se pareça um pesadelo, gerando muito desespero e impotência diante de toda a burocracia e mistério do judicial.

Alessandra.Lantimant 12/09/2022

Achei o livro confuso, cansativo, chega a gerar certa ansiedade pela forma da escrita. Acelerado e arrastado ao mesmo tempo. Talvez releia após algum tempo? pode ser que meu humor tenha influenciado minha opinião sobre o livro.

Paulo Vitor 09/09/2022

Bem confuso, porém impactante
Tipo de livro onde voc? se perde e se encontra diversas vezes entre cada capítulo, afinal o proprio autor em alguns deixou incompleto, porém chegou a concluir a narrativa. É um estilo único de escrita os livros do Kafka, em a metamorfose já começa com a frase impactante onde o Gregor se transforma em um monstro. Em o processo já inicia de forma que impacta o leitor com aqueles guardas dentro do próprio quarto do Josef K o acusando de algum crime que o próprio não sabia e nem mesmo ninguém o explicava o que estava acontecendo. Deve ser bastante agoniante ser acusado de algo sem provas e sem saber o que foi feito, isso cada um que ler pode levar consigo essa reflexão ou até já ter sido acusado injustamente a ponto de se importar tanto, como o K se incomodou que no final ele acaba crendo que é um criminoso e acaba tendo um final muito triste. Apesar da confusão que o autor nos causa ao ler, creio que foi de forma propósital isso, o livro é muito bom! Só não ganhou 5 estrelas porque poderia ser mais direto igual a metamorfose.

Zabi 09/09/2022

esperava mais
é uma leitura arrastada e bastante confusa. Eu comecei a ler Kafka pela Metamorfose e me apaixonei pela escrita e pela história em si, acabei me decepcionando com o processo.
Mesmo assim, é um bom livro, apesar de em alguns momentos ser meio penoso de ler.

Isabela 06/09/2022

Tirei uma estrela devido a edição
O livro é ótimo, tema nos faz refletir sobre os absurdos das leis e da vida em sociedade, sobre autoritarismo e a falta de comunicação. É um livro fluido de ler e que fica na nossa mente nos instigando e nos fazendo pensar e refletir. Li nessa edição mas comprei o e-book porque essa edição é ruim, capa fina, folhas brancas e diagramação desconfortável.

@vidaliterata 06/09/2022

No dia de seu aniversário, Josef K, acorda com dois policiais diante de sua cama, sendo acusado por um crime que não sabe. Ele questiona os guardas, mas aparentemente, nem eles sabem o motivo de seu processo.

Porém, mesmo depois de detido, K continua indo ao trabalho. Ele é banqueiro e considerado um dos melhores funcionários. Um dia, ele recebe a visita de seu tio no próprio trabalho, que o "obriga" a procurar um advogado de confiança. E aí começa a jornada de K para provar sua inocência. No entanto, quanto mais ele adentra nesse mundo burocrático, mais confuso ele fica, pois mais perguntas e obstáculos vão surgindo. No desespero, K inclusive tenta recorrer a meios ilegais.

A atmosfera do romance é bem claustrofóbica, angustiante e surreal. Foi interessante notar que no livro, os cartórios do tribunal estão em toda parte e são locais improvisados e precários, nos quais seus funcionários até dormem lá. Há também corrupção envolvida, onde quem tem mais poder e influência pode determinar o andamento do processo. No caso de K, parece que o seu veredito já está definido, não importa o que faça, mesmo sendo inocente. É triste e revoltante pensar que essa mesma situação ainda acontece atualmente no nosso país: gente inocente sendo condenada por equívoco, falta de provas concretas e pior, apenas pela cor da pele.

Particularmente, eu queria ter gostado mais do livro. Não fiquei tão impactado como "A metamorfose" do mesmo autor, talvez criei expectativas demais. Houve até partes que eu ficava ansioso e queria que terminasse logo.

Uma curiosidade: este romance póstumo de Kafka só foi publicado graças ao seu amigo, Max Brod. Kafka não queria que publicasse nada, mas Brod não cumpriu com sua palavra (ainda bem!). Quando ele encontrou os manuscritos de "O processo", os capítulos estavam desordenados, coube a ele organizar tudo para poder publicá-lo. A presente edição da Antofágica está belíssima, contém trechos inéditos que foram rabiscados pelo autor e os capítulos inacabados. E ainda conta com videoaulas exclusivas no YT. Super recomendo!

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Vanessa2056 01/09/2022

Pensei que odiaria, mas adorei!
Esse livro é um belo exemplo de que não devemos acreditar em tudo que nos é entregue ou que nos é dito, e existem duas razões que me causaram tal impressão.

A primeira razão é pelo modo como o livro foi lançado. "O Processo" é uma obra póstuma e o autor expressou em "testamento" que gostaria que queimassem todos os escritos que ele ainda possuía, mas o amigo, que ficou responsável por tudo, decidiu uns anos depois que iria lançar o livro, incluindo capítulos inacabados e textos que foram rasurados. O problema nisso é que tudo estava fora de ordem, portanto nunca iremos saber qual era a ideia do Kafka quando começou a escrever, nem saberemos a ordem correta de todos os acontecimentos. Por isso, em diversos momentos durante a leitura nos sentimos perdidos e sem compreender as atitudes do Josef K.

A segunda razão é pela própria história. O próprio Josef vive uma tormenta durante todo o processo. Ele se tem como inocente e ninguém, em nenhuma instância, fala por qual crime ele está sendo condenado, nem o leitor consegue descobrir o motivo. Talvez, se o Kafka houvesse concluído o livro, poderíamos ter uma resposta sobre isso.

Além disso, podemos perceber qual era pelo menos um dos focos do Kafka: fazer uma crítica ao sistema judiciário e a detenção do poder dela nas mãos de pessoas ricas, que por qualquer motivo se achavam no direito de criar um processo qualquer e culpar um inocente apenas para ver o caos acontecer na vida daquela pessoa. Tendo essa visão eu acredito que uma pessoa específica na história poderia ter sido responsável por isso e há realmente divergências entre ele e o Josef. Infelizmente também não terei uma resposta sobre essa minha opinião da história.

Para concluir, não acho que seja um livro que agradaria a todos. Estamos acostumados a acompanhar histórias que tenham início, meio e fim, mas sem nenhum espaço para dúvidas, que é algo que temos demais lendo O Processo.
Gostei bastante da experiência e pretendo ler outros livros do autor (que foram concluídos e são bem avaliados, inclusive).