Ellen White e a Humanidade de Cristo

Ellen White e a Humanidade de Cristo Woodrow W. Whidden




Resenhas - Ellen White e a Humanidade de Cristo


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Daygor Vessozi 23/05/2024

Ellen White e a Humanidade de Cristo
A obra ?Ellen White e a Humanidade de Cristo? tem como seu autor Woodrow W. Whidden, o qual busca expor parte de sua pesquisa acerca da compreensão sobre a humanidade de Jesus Cristo nos escritos da autora Ellen G. White. A construção do texto está subdividida em 5 seções, contendo 11 capítulos nas primeiras 4 seções e 3 apêndices na última. Tal formato busca então remontar desde compreensões e aspectos básicos da discussão apresentada, seguindo então pela separação dos textos da autora entre os redigidos em momentos anteriores e posteriores ao ano de 1888 (separação realizada em decorrência da grande discussão sobre o tema da ?justificação pela fé? no presente ano), concluindo a 4° seção com as implicações dos raciocínios demonstrados e recebendo seus subsequentes apêndices.
O presente livro contempla então um estudo de abordagem histórica sobre como a humanidade de Cristo foi compreendida ao longo dos anos nos livros, manuscritos e cartas de Ellen G. White, tema que motivou grandes discussões desde o período dos concílios ecumênicos (ênfase no 1° Concílio de Nicéia - 325) e chegando até os tempos modernos. Por conseguinte, tal tema causou também controvérsias no âmbito da teologia adventista na dicotomia entre posições de uma humanidade de Cristo ?pré-Queda? e ?pós-Queda?.
Realizada então uma apropriada introdução ao cerne da mensagem presente no livro, bem como do tema apresentado e sua relevância, é válido destacar os parâmetros de escrita que serão utilizados neste presente relatório. Por conseguinte, prezando delimitar o assunto e trazer uma análise concisa (devido a grande abrangência do tema), será então analisado o delineamento teológico nos escritos de Ellen G. White, perpassando as principais inferências teológicas dos seus posicionamentos (sobre a humanidade e divindade de Cristo) e concluindo com uma explanação sobre como a cristologia presente afeta a soteriologia e a espiritualidade presente.
Primeiramente, o delineamento teológico dos escritos de Ellen G. White incentiva o estudo sobre a encarnação de Cristo, pois ele: ?[...] recompensará o pesquisador que escava bem fundo, em busca da verdade escondida.?, o que traz a lume então uma busca pela compreensão da divindade e humanidade de Jesus associadas em sua encarnação.
Considerando a existência do embate das noções ?pré-Queda x pós-Queda?, o livro traz os termos ?identidade? e ?singularidade?, para demonstrar 2 facetas distintas do Salvador, entre sua identificação com a raça humana caída e suas características únicas que tornam eficaz seu sacrifício. Neste cenário, a pergunta: ?O quanto Cristo se identificou com o ser humano em Sua vinda?? se torna coerente, para que declarações como a do texto bíblico que declara que ?Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós [...]? (II Coríntios 5:21) sejam compreendidas corretamente.
A autora então, enfatiza a necessidade de Cristo ter tido não somente uma vida isenta de pecados, sendo então um sacrifício sem manchas, mas também a presença da divindade (Review and Herald, 24/12/1872), tal declaração é totalmente coerente, pois, se somente a vivência de um indivíduo sem pecado (um ser humano) fosse suficiente para um sacrifício vicário e remissivo, isto entraria em contraste com a seguinte texto: ?O homem não podia fazer expiação pelo homem. Sua condição pecaminosa e caída constituiria uma oferta imperfeita, um sacrifício expiatório de menos valor que Adão antes de sua queda.? (Review and Herald, 17/12/1872).
Isto demonstra a necessidade da raça humana de um Salvador que não só tivesse Sua identidade com a raça caída, mas também Sua singularidade em diversos aspectos, os quais constituíram então um sacrifício válido para realizar expiação.
Adentrando então tal singularidade, ela se explica em diversos fatores, que serão enumerados na sequência.
A priori, a singularidade consiste em uma natureza específica de Cristo com relação sua impecabilidade, a qual não perscruta somente a ausência de atos pecaminosos (caráter), mas que abrange também a impecabilidade de natureza (Review and Herald, 24/12/1872), com Sua natureza herdada estando também em um formato único de impecabilidade. Tal noção se relaciona com a realidade do pecado conforme abordada no ?Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia? no capítulo 8, destacando o pecado como: ?ação, depravação do coração (tendência) e poder escravizante?.
Além deste fator, a singularidade de Cristo está na união de Sua natureza divina e humana, pois: ?Embora Cristo não fosse como seres humanos caídos, Ele era suficientemente semelhante a eles para identificar-Se com suas 'fraquezas' em suas lutas com a tentação. Sua natureza, contudo, era suficientemente diferente da natureza deles para poder ser um sacrifício substituto, sem pecado.". Portanto, a singularidade descrita nos textos apresentados tem sua semelhança com o conceito de unicidade, o qual afirma que Cristo não teria uma natureza totalmente ?pré-Queda? ou ?pós-Queda?, mas uma natureza única, que contempla aspectos de identidade com a humanidade em seu sacrifício substitutivo.
A identidade então traz à tona o cerne do evangelho (boas-novas), o qual demonstra que Cristo venho a este mundo como homem, sendo: ?[...] tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.? (Hebreus 4:15), portanto, resistindo à tentação e vencendo o pecado.
Tal delineamento básico do desenvolvimento teológico de Ellen White sobre o assunto, traz inferências a compreensão teológica atual. Tais inferências serão então brevemente destacadas e discutidas através de correlações com os parágrafos anteriormente abordados.
Das principais inferências a serem destacadas, cabe-se o resultado advindo da vitória de Cristo em Sua identidade, pois, através dela, comprovou que é possível que a Lei de Deus seja guardada, assim, Cristo contradiz a declaração do Inimigo de que é impossível seguir a lei, resistindo também aos poderes malignos e disponibilizando Seu auxílio para os seres humanos vencerem através do poder que vem dEle. Ademais, o amor divino é demonstrados plenamente na vinda de Cristo, principalmente a luz da situação em que a humanidade se encontrava na ausência do sacrifício da cruz, afinal, não seria possível uma redenção meritória que contemplasse tanto o elemento humano (autor da transgressão), quanto divino (necessário para satisfazer a justiça), conforme declarado: ?A natureza de Deus, cuja lei fora transgredida, e a natureza de Adão, o transgressor, encontraram-se em Jesus ? o Filho de Deus e o Filho do Homem.' - Manuscrito 141, 1901 (cf. MR, vol. 17, pág. 338; SDABC, vol. 7, pág. 926)?.
Por fim, a concepção sobre a humanidade de Cristo enfoca ainda mais Seu amor por cada indivíduo, já que Ele colocou em risco Seus atributos divinos em Sua vinda, sofrendo maior tentação em decorrência de Sua natureza pura e elevada, passando também pela prova de abdicar de Sua glória.
Adicionalmente, o seguinte texto destaca uma das maiores inferências perceptíveis através das declarações de Ellen G. White sobre o assunto da humanidade de Cristo em seus escritos: ?Em outubro do crítico ano de 1888, Ellen White, de maneira inequívoca, declarou o seu entendimento sobre a humanidade de Cristo em uma tensão poderosamente balanceada que enfatizava a profunda identidade de Sua completa e real humanidade com o 'homem caído', e sua impecabilidade singular como o sacrifício totalmente eficaz e salvífico pelo 'homem caído'.? (negrito acrescentado).
Através da leitura atenta e da consideração do todo de escritos da autora, independentemente do fato do estudo ser realizado diretamente na fonte ou nesta obra de Whidden, é notável o procedimento cauteloso nas falas sobre a natureza, encarnação e humanidade de Cristo, resultando em uma posição equilibrada dos aspectos de identidade e singularidade nos escritos de White, por serem ambos relevantes no cenário do estudo soteriológico. Esta posição (no mínimo sensata), se constitui como um exemplo de como os debates atuais devem suceder, para que, em uma caminhada visando comprovar opiniões/teorias, não se enfatize ao extremo um aspecto em detrimento de outro.
Conclusivamente, tal estudo não é somente benéfico para a obtenção de conhecimento durante a caminhada cristã, mas necessário por estar inserido em um assunto tão central na vida espiritual. O entendimento sobre a humanidade de Cristo e os âmbitos gerais de Sua vinda, sacrifício e ressurreição implicam diretamente no entendimento sobre como deve se conduzir um estilo de vida cristã, bem como da esperança de mudança/melhora ao longo do tempo.
A Cristologia é intimamente ligada à Soteriologia, pois a salvação foi vindicada e disponibilizada a raça humana por Cristo, que é o cerne de tudo. A vida cristã então é centralizada não em uma filosofia, conjunto de regras ou doutrinas, mas na pessoa de Jesus Cristo. Entender a Cristologia então, traz reflexões únicas e resultados vívidos na espiritualidade de cada indivíduo.
Na divindade existente em Cristo é visível o amor de um Criador e como Aquele com poder sobre o universo é também imanente na vida cotidiana. Na Sua natureza humana o pecado se mostra vencido, sem poder contra Ele, o que acende a esperança de uma vitória final contra o mal, vista a partir da conquista na cruz.
Em suma, Jesus Cristo é único em todos os aspectos e o estudo sobre Sua humanidade ressalta isso, tendo sido Sua vinda o que trouxe paz e salvação a raça humana, assim, cabe a finalização através de uma última citação do autor e de um texto muito conhecido das Escrituras Sagradas, os quais resumem a discussão abordada.
"Jesus era suficientemente como nós em Sua natureza (uma profunda identidade) para realmente ser capaz de Se identificar com nossas lutas na tentação e nos dar toda vitória necessária para nos levar ao reino, e ao mesmo tempo era suficientemente diferente de nós (uma profunda singularidade) para ser sem pecado o bastante em Sua natureza e atuação a fim de ser nosso substituto plenamente satisfatório e impecável." (Ellen White e a Humanidade de Cristo, pág. 116).
?Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.? - João 3:16.
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Fernando 17/02/2021

ESTUDO AMPLO
O livro, na verdade, é um estudo dos escritos de Ellen G. White sobre a divindade e humanidade de Cristo, com entendimentos sobre o tema pelo autor e por outros estudiosos de seus escritos e da Bíblia.

Com uma abordagem clara e objetiva, o estudo foi dividido em dois períodos, até 1888 e depois de 1888. Discutido sob várias perspectivas e apresentando todos os textos escritos por Ellen G. White sobre o tema, o autor possibilita ao leitor realizar seu próprio estudo.
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Carlos.Davi 26/11/2017

Maravilhoso.
O livro é simplesmente esclarecedor.
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