Herickson 16/06/2020
Nascido para correr", que conta a história de como Christopher McDougall, jornalista, editor contribuinte da revista Men's Health, corredor e (como 90% de nós, corredores) com histórico grande de lesões. Buscando informações sobre como se livrar delas, achou informações sobre os tarahumaras, uma lendária (mas que existe de verdade!) tribo de índios corredores em que mesmo senhores de 70 anos são capazes de correr 50 ou até 100 milhas (80 ou 160km), com leveza e velocidade que deixariam os quenianos com inveja! Tudo isso com sandálias (sim, sandálias!) sem amortecimento nenhum e sem as roupas tecnológicas que se vê hoje em dia!
A partir daí, começa uma incrível história que envolve Caballo Blanco, antigo boxeador que decidiu deixar o mundo dos brancos e se juntar aos tarahumaras, passagens por paisagens inóspitas, habitadas por narcotraficantes, receitas de Iskiate (uma bebida à base de chia, suco de limão e açúcar, tão revigorante que os tarahumaras atribuem a ela poderes quase mágicos) e pinole (um tipo de fubá de milho torrado).
O idealista Caballo Blanco se junta aos tarahumars e a outros "Más Locos", como Ted "Barefoot" (que como o nome diz, corre essas distâncias insanas descalço e praticamente sem lesões) e criam uma ultramaratona de 100 milhas.
O livro é imperdível por vários aspectos:
Faz-nos redescobrir o correr apenas por prazer, como um estilo de vida, e não apenas com objetivos (nobres, é claro!) de perder peso, melhorar as taxas dos exames, baixar tempos, etc.
Faz-nos pensar até que ponto os tênis com muito amortecimento são benéficos para nossos pés, articulações e tendões ou são apenas uma moda para nos empurrar tênis cada vez mais caros e que ao invés de ajudar, prejudicam nossos pés.
Reafirma (porque isso, nós, corredores, já sabíamos!) novamente a corrida como fonte de alegria e prazer.
Faz-nos pensar que a verdadeira fonte da felicidade pode estar nas coisas mais simples e não nas mais complexas!